quinta-feira, 17 de novembro de 2011

VICKY CRISTINA BARCELONA

pub dia 25/11/2008 por Thalita Uba - uba_thali@yahoo.com.br

Confesso que gosto de Woody Allen. Apesar de muitos torcerem o nariz pro seu estilo um tanto “diferente”, admiro sua capacidade de fazer um cinema “não óbvio”. Allen não tolera meios termos: ou se ama, ou se odeia (o que faz com que ele seja parte do meu time). Contudo, admito certa decepção com Vicky Cristina Barcelona

Assim como em Match Point, Allen buscou fugir do famoso gênero que seguiu por anos – e que, por sinal, conferiu a ele o Oscar de Melhor Diretor em 1977. O roteiro é interessante, a história é bem amarrada e em momento algum o espectador se sente entediado. As locações são absolutamente lindas e a produção realizou um trabalho excelente.


Menção mais que honrosa para Penélope Cruz, que, repetindo o que eu disse à pessoa que assistiu ao filme comigo, “dá um pau em todo mundo”. Javier Bardem também merece ser citado pela excelente atuação. Scarlett Johansson deixou a desejar. Não que eu esperasse grande participação dela, que, cá entre nós, não é das melhores atrizes do mundo (linda, mas não extremamente talentosa); mas seu desempenho em Match Point e também em Scoop foi definitivamente melhor. Por outro lado, é possível que o trabalho excepcional de Penélope Cruz tenha simplesmente ofuscado sua loura estrela (destaque, aliás, para a cena em que Penélope e Scarlett se beijam – cena que deve agradar em diversas esferas o público masculino).

O filme é, sim, interessante. Mas senti falta do toque Allenista que ele abandonara em Match Point e retomara em Scoop (para depois abandonar novamente em Cassandra’s dream): as boas pitadas de non-sense e de um humor imensamente peculiar. Se vale a pena ver? Sim, vale simplesmente pela oportunidade de ver um Woody Allen reinventado. Deve-se, no entanto, ir ao cinema precavido. Os que estão acostumados a vê-lo interpretando espermatozóides, mágicos e, naturalmente, nosso caríssimo Victor Shakapopulis sofrerão, assim como eu, uma ponta de decepção. Mas afinal, é sempre bom estar aberto a mudanças e novidades. Ainda mais quando se trata de Woody Allen.

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