“NÃO DESISTAM DE SEUS SONHOS”

pub. dia 12/12/2008 por Franco Caldas Fuchs - francofuchs@gmail.com

Edmar Freitas está desde as 11h de sexta, na praça Rui Barbosa, fazendo abdominais. Ele quer superar seu próprio recorde de 147 mil abdominais em 30 horas

Quantas abdominais você consegue fazer, sem parar? Eu, antes de escrever esse texto, fiz o teste. Com muito custo, consegui 50, por cerca de um minuto. Na qüinquagésima, minhas costas não respondiam mais.

Pois bem. Agora fiquem sabendo que hoje, às 11h da matina, o professor de educação física Edmar Freitas deitou em uma barraca no meio da praça Rui Barbosa e pôs seu abdômen para flexionar. Não parou até agora – 23h30 no meu relógio – e nem pretende parar até as duas e meia da madrugada de domingo! Com isso ele quer atingir o recorde de 40 horas fazendo abdominais, sem intervalos.

Segundo Edmar, a busca dessa marca nada tem a ver com vaidade ou fama. Com essa atividade, ele promove uma arrecadação de brinquedos, que serão doados principalmente às crianças de Santa Catarina, e pretende deixar uma mensagem de perseverança às pessoas. “Não me considero melhor do que ninguém fazendo isso. Apenas quero incentivar os outros a não desistirem de seus sonhos. Quero mostrar que é possível superarmos nossas dificuldades. Eu, por exemplo, não vou dormir, não posso ir ao banheiro e nem posso comer direito. Mas quero superar tudo isso”, disse Edmar, quando o entrevistei por volta das cinco da tarde. Naquela altura ele já passava de 20 mil abdominais.

Preparação

Em matéria de ginástica, Edmar não é nenhum novato. Pratica esportes desde os 13 anos e foi jogador de futebol por um bom tempo. Depois, se tornou professor de educação física e hoje possui a sua própria academia, a “Edmar Records”. Seus esforços para bater recordes de abdominais começaram em 1995, quando fez 6 mil e 500 abdominais em 5 horas. Dez anos depois, ele faria 147 mil abdominais em 30 horas, seu último recorde.

Disposto a aumentar essa marca, desde o início do ano Edmar voltou a treinar forte. Há dois dias, sua preparação atingiu o limite, quando ele passou a se alimentar pouquíssimo e a beber o mínimo de água.

“Eu só molhava a boca. Tudo para atingir um estado quase de desidratação e inanição. Se não fosse assim, depois de começar a fazer abdominais, logo eu sentiria vontade de ir ao banheiro. Graças a essa estratégia, a água que bebo não vai para a bexiga, vai direto hidratar o meu corpo. O mesmo acontece com as barras de cereais que vou comendo”.

Toda força é bem vinda

Enquanto eu conversava com Edmar, pessoas paravam diante de sua barraca e muitos diziam a ele mensagens de incentivo. Em certo momento, um senhor puxou uma salva de palmas e uma menina até posou para uma foto ao lado dele.

Esse movimento todo aqui não te atrapalha?, perguntei a Edmar, intrigado. Ao que ele respondeu que não. “Pelo contrário. Preciso é que as pessoas interajam comigo, justamente para eu esquecer o que estou passando. E até para eu não ficar com sono”.

Dito isso, quem quiser dar uma força para o Edmar, e também para as crianças pobres, doando um brinquedinho, é só chegar na Praça Rui Barbosa, na barraca que possui a seguinte faixa pendurada: “Desafio Superação Humana”.

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