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sexta-feira, 18 de maio de 2012

SPIRIT, DE FRANK MILLER



pub. dia 16/03/2009 por Gladson Fabian - fabianjournalsociety@yahoo.com.br

Contrariando as expectativas sobre o filme do adorado personagem de Will Eisner, o filme Spirit ficou dentro do que podemos esperar de um personagem sem pretensões, criado pelo genial escritor e desenhista norte-americano, criador da moderna forma de contar histórias em quadrinhos.

Para aqueles que esperam uma narrativa gráfica no mesmo alto padrão que Eisner, podem se decepcionar com o roteiro de Frank Miller, afeito a narrativas secas e diretas, bem ao estilo realizado por ele em seus trabalhos de Sin City, a cidade do pecado criada para suas histórias policiais estilo “noir”.

Contando com a boa presença de Samuel L. Jackson no papel de Octopus o arqui-inimigo de Spirit, o filme conta com um roteiro despretensioso, assim como nas histórias curtas contadas pelo falecido gênio dos quadrinhos em mais de 50 anos de Spirit, e nos apresenta um roteiro quase ingênuo, com belas mulheres e cenas de luta um tanto cômicas, retiradas do velho estilo de fazer heróis nos gibis da década de 1940.

O próprio Eisner há muito tempo abandonou sua criação mais famosa, por saber que ela está fadada a temporalidade, e o filme soa mais como uma homenagem ao seu criador, feito pelo homem que mais entende de quadrinhos e narrativa gráfica na atualidade. Miller nos dá uma amostra de seu talento em cenas e planos que carregam nos contrastes e assinam sua forma de fazer cinema, que soa como arte para alguns e repetitiva para outros.

Spirit é uma produção feita na medida para que adultos e crianças possam assistir lado a lado, pois se os fãs do herói e, principalmente do seu criador, Will Eisner, querem saber como o personagem seria em carne-e-ossos, Frank Miller se mostrou fiel ao seu mestre. E para as crianças, acostumadas a violência na TV e nos games, aqui temos uma versão caricata dessa violência urbana, com arquétipos de heróis, mocinhas e vilões sem nuances de cinza, deixando claro que o filme não pretende ser uma obra-prima para críticos e cinéfilos fãs de Godard, mas duas horas de diversão sem compromisso.

É nisso que residia toda a força do trabalho de Eisner: saber separar a arte feita para iluminar mentes daquela feita apenas para divertir. 

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O SPIRIT DE QUEM, MESMO?

pub. dia 16/03/2009 por Joba Tridente - jobatridente@hotmail.com

O ano 2009 talvez fique marcado pela adaptações cinematográficas dos clássicos dos quadrinhos como Watchmen (de Alan Moore) na visão de Zack Snyder e The Spirit (de Will Eisner) na visão de Frank Miller.
No entanto, se em Watchmen, de Zack Snyder, é possível encontrar algumas qualidades, no desastrado The Spirit, de Frank Miller, encontra-se apenas o marasmo, o equívoco, a galhofa, a caricatura do adorável personagem de Will Eisner (1917-2005).

The Spirit, o filme é, digamos… Então, tem aquele celular em 1940… Ah, tem também aquela cena do laptop… Deixa eu ver, acho que tem uma músiquinha… Ah, tem as gags de desenho animado… Nas mãos estranhas de Frank Miller, que até prometia, na co-direção de Sin City, The Spirit é contrangedor. E olha que Miller assinou contrato para mais dois filmes do personagem. Will Eisner que se cuide na tumba ou, já que Spirit faz companhia a ele no mundo dos mortos, que o envie à Terra em missão boicote.

Muito se fala da estética de The Spirit ser semelhante à de Sin City. Eu diria estar mais para genérica. Mas esse nem é o problema maior de The Spirit, já que a maior influência de Miller, nas suas irrepreensíveis HQs, foi Will Eisner, com seu jeito cinematográfico de desenhar e escrever uma boa história cheia de contradições humanas e por isso verdadeira. O problema desta adaptação é que não há adaptação, apenas embromação. O que se vê na tela é praticamente um Spirit inventado por Frank Miller. Algo como se ele tivesse ouvido falar de um personagem genial que parecia ter vivido aventuras assim e assado mas não se tinha muita certeza e então, com um, digamos, “roteiro” do espírito doido, se pôs a filmar. Como se lhe bastassem lembranças esparsas de um personagem de HQ, herói de ocasião e irônico por natureza…, porém boa gente. Tudo bem que HQ é HQ e cinema é cinema…, desde que seja cinema. Frank Miller é um dos maiores mestres da narrativa, mas em HQ. Aqui ele não sabia que tinha tanta casca de banana pelo caminho.


The Spirit, personagem criado pelo genial Will Eisner em 1940 e aposentado em 1952, com diversas tentativas de voltar à ativa (em 1998, pelos geniais Alan Moore e Dave Gibbons, e em 2007, por Darwyn Cooke), é o policial Denny Colt, tido como morto, que “volta à vida” na pele de um investigador e apavora os vilões que agem principalmente, nas sombras, em Central City. Temido pelos malvados, perseguido por vilões, amado pelas mocinhas e vilãs maliciosas, Spirit é um “herói” às avessas. Em meio a crimes, romances, mistérios, ele apanha muito, também bate, mas acaba solucionando os casos mais estranhos com tiradas geniais, filosóficas, com humor ferino…, mas divertido. The Spirit, de Will Eisner, merece uma releitura melhor.

The Spirit, o filme traz Gabriel Macht, na pele do herói, Dan Lauria (Comissário Dolan), Sarah Paulson (Ellen Dolan) e os vilões: Samuel L. Jackson (Octopus), Scarlett Johansson (Silken Floss), Eva Mendes (Sand Saref) e Paz Vega (Plaster de Paris)…, nenhuma atuação que mereça algum destaque.
The Spirit não é um filme para fãs do personagem ou até mesmo para quem ouviu falar dele, já que é ridículo demais para ser levado a sério. Mas os desavisados podem até gostar.

MY BLOODY VALENTINE


Dia dos Namorados Macabro 3D falha no roteiro, mas mata a saudade dos óculos de terceira dimensão

pub. dia 14/03/2009 por Gladson Fabian - fabianjournalsociety@yahoo.com.br

Em um filme que conta com o protagonista da série pop “Supernatural”, Jensen “Dean Winchester” Ackles para catapultar os números de bilheteria, deveríamos esperar um bom filme de terror nas telas do Dia dos Namorados Macabro 3D (My Bloody Valentine 3D), que estréia essa semana em Curitiba. Deveríamos, pois aqueles que buscam um bom roteiro na linha do seriado de TV, podem se decepcionar com o que assistirão.

A idéia básica não foge do modelo básico do cinema de terror para adolescentes: uma série de assassinatos acontece novamente em uma pequena cidade americana no momento em que retorna o principal protagonista da história passada à cidade, o jovem Tom, ex-namorado da heroína do filme Sarah Palmer, a bela atriz Jaime King, que protagoniza a esposa do xerife da cidade. O assassino, que era dado como morto por todos, aparentemente é o responsável por cometer os homicídios e todos acusam Tom de ser responsável pela tragédia ao voltar para sua cidade após dez anos.

Remake do original lançado no início dos anos 80 do século XX, o filme falha na continuidade de seu roteiro, repleto de clichês que testam a paciência de quem assiste a hora e meia de filme, mas que pode deixar felizes jovens e adultos que não tenham acesso a filmes eróticos, pois logo nos 30 primeiros minutos temos uma cena que podemos chamar “terrir-erótico”, com uma perseguição de uma loura nua pelo assassino da picareta…

Se o filme falha em todo o seu roteiro, pelo menos aqueles que entrarem (por opção ou erro) nas salas de cinema que exibem a película, poderão matar saudades dos óculos 3D, sentir emoções e rirem com suas próprias reações ao serem surpreendidos com objetos que saltam da tela e parecem ir em direção ao espectador.

Sem dúvida, com as inovações tecnológicas e com uma “boa mão” em textos e roteiros, teremos bons resultados nessa nova onda de filmes 3D que vem nos próximos anos.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Não é sobre Albert, mas sobre sua fragilidade



Para o ator Bruno Girello, Albert é “simples, complexo, quieto, inquieto, enfim, contraditório, mas autêntico. Introspectivo e frágil”. O filme não é sobre Albert, Eva ou a relação dos dois, mas todos estes elementos são utilizados para falar da fragilidade do fotógrafo. Fragilidade esta que se acentua a medida que não consegue (ou consegue) se livrar de Eva. “Eva é a representação do amor perdido, do peso da ausência, da fragilidade, é a companheira. EVA é o significado de mulher”, definiu Belotto.

Em suma, EVA é um filme que explora a sensação que o diretor teve a partir de uma pessoa real, mas que não representa a biografia dela. O personagem Albert é um fotógrafo-retratista, cujo trabalho tem a cidade como pano de fundo. A visão que o expectador tem do personagem é construída a partir de seus retratos.

Em algum momento da vida, Albert interagiu com EVA, agora um corpo inerte, uma lembrança, um assunto não resolvido que o acompanha. A relação do personagem com esta “entidade” desencadeia uma jornada existencial que tem como finalidade exorcizar um passado e seus possíveis fantasmas.

Carolina Fauquemont, que interpreta o personagem Eva vai mais além. Para ela Eva é a ausência de uma personagem. E é também mais do que isso. Ela pode ter sido qualquer mulher, agora ela é apenas um corpo. Ela não pensa mais, não sente, está entregue à gravidade. “Eva sou eu à medida que fui eu quem a interpretou. Eva é o personagem de Albert, já que ele é a única testemunha pra nós de quem ela foi. Eva é a mulher que poderia gerar, que poderia viver, mas que adormece”, disse. “Eva é tudo aquilo que o expectador conseguir ver”, finalizou.


Apesar de interpretar um personagem sem vida, Carolina disse que aprendeu muito. “A vida no meu corpo é forte. Eva me fez reconhecer essa vida. A vida que existe em mim”, afirmou.



A produção, segundo Belotto faz parte de uma trilogia. O segundo filme será sobre Eva quando viva e o terceiro será a continuação deste primeiro, mostrando a vida ou a situação em que Albert se encontra. “EVA” foi feito de forma independente sem ajuda de leis de incentivo, mas Belotto pretende conseguir subsídios para os próximos filmes da trilogia. Para isso, o foco da distribuição será exclusivamente em festivais. “Pretendo ganhar alguma coisa com ele”, disse Belotto. Quando o assunto é como o publico receberá a produção, Belotto é bastante direto. “Não faço idéia! EVA é um filme de sensações, cada pessoa pode perceber de uma maneira diferente”, declarou.

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O diretor


Arnaldo Belotto
fez seus estudos entre 2004 - 2006 na Academia Internacional de Cinema, com especialização em Direção, roteiro e edição onde realizou vários trabalhos de destaque. Em 2006, atuou como presidente da Associação Kino-GlaZ - Sesc da Esquina - onde foi curador e realizava estudos sobre o cinema. Hoje, atua como sócio fundador da produtora Destilaria do audiovisual (PR).


TRABALHOS

2009
Happy Isles. Documentário (HDV) Direção, Fotografia e Edição.

2008
Tempo de cinzas. Documentário (HDV). Direção, Roteiro e Fotografia.

2007
Luce delle tenebre. Ficção (HDV). Direção, roteiro e edição.
Casa de Noé. Documentário (DV). Direção, Fotografia e Edicão.
O Batismo. Documentário (DV). Concepção.

2006
Sensorial. Documentário (DV). Direção, Fotografia e Edição.
Espírito da Contradição. Documentário (DV). Direção e Edição. (co-direção com Fernando Severo)

2005
O Cobrador. (DV). Direção.
Contralzerros. (DV). Direção.
Amor e Delirio. (DV). Direção e Roteiro.

OUTROS TRABALHOS

Videoclipes
Lenzi Brothers (SC) – Allana – Direção - 2min – 2008 – exibido na MTV
Charme Chulo (PR) – Mazzaropi Incriminado – Direção – 2008 – exib. na MTV



SickSIckSinners (PR) – Beer and flach meet – Direção - 2008 – exibido na MTV
Faichecleres (SP) – Seu Cafajeste – Direção - 2007 – exibido na MTV



Kings Of Convenience (EUA) – The build up – Direção – 2007
Faichecleres (SP) – Alice D – Direção - 2006 – exibido na MTV
Anacrônica (PR) – Vestígios – Direção – 2006
Anacrônica (PR) – Deus e os Loucos - Direção - 2006

especial  filme Eva, por Vanda Moraes

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WATCHMEN - VIGILANTES VIGIADOS

Gladson Marques e Joba Tridente (dois viciados em quadrinhos) se encontraram na pré-estréia do filme Wathcmen. Ontem publicamos a resenha do primeiro e agora você pode ler a do Joba

pub. dia 06/03/2009 por
Joba Tridente - jobatridente@hotmail.com

Os anos 1986/87 foram um marco no mundo dos quadrinhos com o lançamento da estranha e antológica minissérie Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibson, em 12 alucinantes capítulos, envolvendo um grupo de “heróis” num mundo (ainda) em convulsão política e social. Agindo isoladamente ou em parcerias, os Vigilantes Mascarados são sonhadores, egocêntricos, arrogantes, prepotentes e crédulos de que a paz na cidade de Nova York e no mundo depende da ação deles. Mas, se fantasiados procuram passar a imagem de verdadeiros paladinos, em defesa dos fracos e oprimidos (e também a serviço dos governantes e poderosos), sem a máscara (foras da lei ou não) são pessoas tristes, homens e mulheres com todas as suas idiossincrasias.

Duas décadas depois Watchmen chega ás telas de cinema e se vai causar o mesmo impacto é difícil de se prever, apesar da boa produção, e da mão pesada mas certeira de Zack Snyder, o mesmo diretor do espetacular 300, baseado na HQ 300 de Frank Miller. Também porque Alan Moore, com todos os seus subtextos políticos e paralelismo antropológico, é prolixo e exige um pouco mais (bem mais) de paciência com a sua obra do que Frank Miller.

Ao contrário da HQ V de Vingança, também de Alan Moore, que se passa na década de 1980 e foi atualizada pelos irmãos Wachowski para ganhar a telona em 2006, Watchmen continua em 1985, com toda a paranóia que tomou conta da década com a Guerra Fria, a iminência de conflito Nuclear e ainda os resquícios da Guerra do Vietnan. Uma década de medos e de alguma esperança na paz. Watchmen, com roteiro de David Hayter e Alex Tse (sem qualquer participação de Alan Moore), está um pouco mais palatável, mas não menos complexo e às vezes até ininteligível em algumas citações - como na estranha conversa/desabafo de Comediante com Moloch sobre a ilha onde estão os artistas, escritores e cientistas desaparecidos - que só faz sentido com o desfecho original da HQ.

É claro que quem espera encontrar a HQ, quadrinho a quadrinho, vai se decepcionar um pouco. A dramática história dos Vigilantes Mascarados está ali, com suas questões políticas, sociais, psicológicas ao extremo, retratando um grupo de pessoas, onde cada um é cada vez mais cada um, na sua megalomaníaca busca pela paz no mundo, acreditando que os seus atos (até mesmo os imperdoáveis) serão justificados no fim. Porém, em versão cinematográfica, onde situações (e personagens) que parecem não ter importância foram descartadas (jornaleiro e seus fregueses, leitor de gibis, história do gibi, investigadores, gangues) e outras reescritas, fazendo a violência, por exemplo, que é apenas insinuada na HQ, ganhar ares além do real (e da necessidade) na telona.

À primeira vista Watchmen encanta pela sua plasticidade e trilha sonora, mas a sensação final é de que para uma razoável reflexão sobre o que é ser humano o diretor lapidou demais os Vigilantes Mascarados. Para quem não conhece a HQ recomendo que a leia depois (ou antes) de ver o filme. Mas sem esquecer que Watchmen, a HQ, é uma coisa e Watchmen, o filme, é outra, apesar das semelhanças e diferenças.

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ALÉM DE ALAN MOORE



Em dia de pré-estréia de Watchmen, febre em todo país, foi possível ver a superação do autor pela obra

pub. dia 05/03/2009 por Gladson Fabian -
fabianjournalsociety@yahoo.com.br


Estréia nessa sexta-feira nos cinemas de todo mundo o filme que chega com a missão de ser o maior lançamento do ano e, com certeza, um dos melhores no gênero aventura-super-heróis da história do cinema. Watchmen traz consigo toda a aura que cerca a obra de Alan Moore, o mago inglês dos comics americanos, e sua máxi-série em doze partes que reescreveu a história das histórias em quadrinhos mundiais nos anos 80 do século XX.

Com uma temática que com certeza conquistará o público jovem e adulto, a história tem uma premissa simples: o que aconteceria se heróis uniformizados (entre esses um “superman”) existissem em nossa realidade. Com os mesmos problemas morais e políticos de nosso cotidiano, esses heróis passam por situações comuns entre nós mortais, desde lidar com a perda da fama até o assédio sexual (e no filme, agressão) de uma colega de equipe. O tema principal, a iminente guerra nuclear entre as duas superpotências mundiais do século XX, Estados Unidos e União Soviética, é a cola que une os pequenos dramas de todos os personagens e que culminará com um desfecho surpreendente.

Para aqueles que esperam total fidelidade a obra de Moore nos quadrinhos, é melhor avisar de antemão: a história em quadrinhos lida por um garoto ao lado da banca de jornais que aparece nos gibis não consta em sua versão cinematográfica, por motivos óbvios. Sem essa sub-história, o roteiro já se encontra acima do normal em termos de complexidade em sua narrativa, com os personagens indo e vindo entre seu passado e seu presente, com os olhos voltados para o futuro, que pode não existir. Zack Snyder, diretor da trama, foi muito convincente em criar um roteiro que poderá agradar os fãs de Alan Moore e aqueles que nada sabem sobre heróis da DC Comics ou sobre a importância dessa trama para todo o universo de heróis dos quadrinhos.

E se você precisa de doses de nicotina de duas em duas horas, é melhor se preparar para quase três horas de filme, que intercala seqüências cadenciadas e repletas de textos com cenas de ação dignas de John Woo ou grandes filmes de terror. Devo dizer que o diretor Snyder espanta pela fidelidade aos planos-sequência da história de Moore e aos closes e perspectivas desenhadas por Dave Gibbons na série original. Até mesmo as cenas de sexo entre dois personagens da história em quadrinhos são reproduzidas aqui da mesma maneira, retratando o respeito que Zack Snyder tem pelo trabalho de Moore.

Após duas horas e meia de filme, o diretor ainda consegue surpreender, inovando no único ponto em que Moore pecou em seu roteiro. Quem gosta de ver belas mulheres de colante enfrentando bandidos, rir ao ver como são ridículas roupas coloridas de heróis em adultos ou aprender como a lei deve tratar os criminosos na visão de Rorschach, vá a uma sala de cinema e assista a maior estréia do ano.

+ WATCHMEN

Silk Spectre, em duas belas versões

                             Eles também são fãs de Watchmen

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O MENINO DA PORTEIRA


pub. dia 04/03/2009 por Joba Tridente - jobatridente@hotmail.com

Finalmente chega aos cinemas a esperada nova versão (ou seria visão?) de O Menino da Porteira, estrelada pelo cantor Daniel e com direção de Jeremias Moreira, diretor também da versão original, protagonizada pelo cantor Sérgio Reis, em 1976. Se na versão anterior o filme atingiu um público de cerca de 3 milhões, é bem provável que repita e dobre este número de espectadores. Apesar de que, também no cinema, quando se trata, principalmente de filme nacional, a bilheteria é uma caixinha de surpresa. Quem apostava em Dois Filhos de Francisco ou Tropa de Elite, paralelo à pirataria, ou ainda no Se Eu Fosse Você 2?

Com um roteiro bem redondo, do próprio Jeremias Moreira, juntamente com Beto Moraes e Carlos Nascimbeni, baseado na clássica canção sertaneja de Teddy Vieira e Luizinho, O Menino da Porteira, gravada em 1955, o filme é de uma simplicidade tocante e sem dúvida pode surpreender, arrebanhando um bom público para as salas de cinema. Principalmente aquele que gosta de um bom causo na medida certa, nem maior e nem menor que o tempo de uma toada…, ou da passagem de uma boiada. Quem nasceu e viveu toda a infância no interior sabe do que estou falando e há de ficar saudoso. É que o tempo desses causos já vai longe, junto com a sua música. E já não se encontra nem mesmo propaganda de lojas nas porteiras, árvores e pedras das estradas.

O Menino da Porteira, que conta a história de Diogo (Daniel), boiadeiro que ao tocar uma boiada pras bandas de Ouro Fino acaba se envolvendo com os problemas dos pequenos sitiantes locais, que querem um preço mais justo para o seu gado do que o praticado pelo famigerado Major Batista, além da presença do cantor, que não compromete o filme, vem com boas atuações de José de Abreu (Major Batista), Eucir de Souza (Otacílio), Vanessa Giácomo (Juliana), Rosi Campos (Filoca) e o encantador menino da porteira João Pedro Carvalho (Rodrigo).

Rodado no interior do estado de São Paulo, com locações em Brotas e na cidade cenográfica construída para o filme no Pólo Cinematográfico de Paulínia, O Menino da Porteira é todo pontuado por um trilha sonora, às vezes ilustrativa demais, porém envolvente, aos cuidados de Nelson Ayres. Com um apuro técnico inacreditável, para uma produção de pouco menos de 10 milhões de reais, o seu ponto forte é percebido (e como!) na belíssima fotografia de Pedro Farkas, direção de arte de Adrian Cooper e montagem precisa de Manga Campion.

Como um bom berrante, O Menino da Porteira oferece um som para cada gosto, tangendo leve mas continuamente em três tempos: o das brincadeiras de criança; o das boiadas com seus amores estradeiros; o dos sonhos virando realidade ou pesadelo. Não sei dizer se esta versão de O Menino da Porteira (com Daniel) é melhor ou não que o filme original (com Sérgio Reis), porque (como muita gente) não me lembro da velha versão. O que não tem a menor importância. Os tempos são outros, mas a canção continua a mesma…, e emocionando.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

CRÍTICAS E APOSTAS PARA O OSCAR

O cineasta Rodrigo Grota considera justo que o filme Última parada 174, de Bruno Barreto, não mais dispute o prêmio. Para a pesquisadora de cinema Celina Alvetti, o filme Estômago, de Marcos Jorge, teria representado melhor o país
pub. dia 11/02/2009 por Vanda Moraes - vandymoraes@yahoo.com.br

Faltam duas semanas para o 81º Oscar. A maior premiação do cinema mundial acontece no dia 22 de fevereiro, sendo que os indicados já foram divulgados. O fato de o representante brasileiro, Última parada 174, de Bruno Barreto, não ter se classificado para a disputa foi aplaudido pelo jornalista, crítico de cinema e cineasta paranaense Rodrigo Grota. “Que o Bruno Barreto fique fora das indicações é algo justo para o bom cinema”, afirmou.

De acordo com ele, muitos filmes brasileiros com qualidade superior já nascem ignorados pelo público e pela mídia. “Citaria a obra-prima Serras da Desordem, de Andrea Tonacci, os notáveis A Fuga da Mulher Gorila, de Felipe Bragança, Andarilho, de Cao Guimarães, Pachamama, de Eryk Rocha, e A Festa da Menima Morta, do Matheus Nachtergaele”. Grota disse ainda que um único filme de Andrea Tonacci vale mais do que todos os filmes do que chamou de “clã Barreto”.

A jornalista, professora, crítica de cinema e pesquisadora Celina Alvetti concorda com Grota. Para ela, o longa Estômago, do cineasta paranaense Marcos Jorge, deveria ser a aposta brasileira. Ela acredita que isso seria interessante pela visibilidade que o filme alcançaria. “Acho ótimo o 174 ter ficado de fora, assim nos poupamos de ouvir os auto-elogios conseqüentes”, disse.

O Brasil, segundo Celina, sempre tenta emplacar um filme que não representa a identidade das produções nacionais. “Essa coisa da necessidade de um referendo da indústria de Hollywood ao cinema é de certa forma imposta ao público brasileiro”.

A historiadora, que é uma das principais estudiosas da identidade do cinema paranaense, afirmou que o que falta para o mercado brasileiro de cinema é ousadia de assumir a estética própria das produções nacionais. “O que não se tem é a ousadia de assumir um filme mais debochado, mais sujo, mais na tradição do cinema novo que, afinal, é o nosso cinema mais original”, explicou.

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AS APOSTAS DE RODRIGO GROTA

Rodrigo Grota arrisca seus palpites para a premiação do dia 22. “Dos que vi, torço pelo Herzog na categoria documentário. Assisti ao seu filme sobre a Antártida e é muito bom. E também torço pelo Heath Ledger pela magistral aparição em Batman“, apostou Grota.

Para ele, alguns filmes estrangeiros muito bons não entraram na disputa do Oscar. “Há vários filmes de 2008 dos quais gosto muito e nem sequer estão entre os indicados”, comentou. “Filmes como Afterschool, do Antonio Campos, A Floresta dos Lamentos, da Naomi Kawase, A Questão Humana, do Nicolas Klotz, Um Conto de Natal, do Arnaud Desplechin, A Bela Junie, do Christophe Honoré, entre outros”.

Melhor filme:
- “O curioso caso de Benjamin Button”
Melhor diretor: - David Fincher - “O curioso caso de Benjamin Button”
Melhor ator: - Brad Pitt - “O curioso caso de Benjamin Button”
Melhor atriz: - Kate Winslet – “The reader”
Melhor ator coadjuvante: - Heath Ledger - “Batman – O cavaleiro das trevas”
Melhor atriz coadjuvante: - Penélope Cruz - “Vicky Cristina Barcelona”
Melhor longa de animação: - “Wall.E”
Melhor filme em língua estrangeira: - “Waltz with Bashir”, de Ari Folman (Israel)
Melhor roteiro original: - “Milk – A voz da liberdade”
Melhor roteiro adaptado: - “O caso curioso de Benjamin Button”
Melhor direção de arte: - “A troca”
Melhor fotografia: - “The reader”
Melhor mixagem de som: - “Batman – O cavaleiro das trevas”
Melhor edição de som: - “Batman – O cavaleiro das trevas”
Melhor trilha sonora original: - Danny Elfman – “Milk – A voz da liberdade”
Melhor canção original: - “O Saya”, de A.R. Rahman e Maya Arulpragasam – ”Quem quer ser um milionário?”
Melhor figurino: - “O curioso caso de Benjamin Button”
Melhor documentário de longa-metragem: - “Encounters at the end of the world”
Melhor edição: - “Batman – O cavaleiro das trevas”
Melhores efeitos especiais: - “Batman - O cavaleiro das trevas”
Melhor maquiagem: - “O curioso caso de Benjamin Button”

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

MAIS UMA TENTATIVA DE MATAR HITLER

Tom Cruise está no Rio de Janeiro para o lançamento de Operação Valquíria. Seu novo filme lidera bilheterias mundiais pelo segundo final de semana consecutivo

pub. dia 05/02/2009 por Vanda Moraes - vandymoraes@yahoo.com.br

Quem está em todas as capas de revista e conquistando páginas dos jornais é Tom Cruise, que chegou ao Rio de Janeiro com a família inteira e se hospedou no Copacabana Palace.

Apesar dos passeios em Angra dos Reis, dos jantares no Leblon e da proximidade com o Carnaval, Cruise não está de férias. A viagem ao Brasil faz parte da divulgação do mais novo filme estrelado por ele: Operação Valquíria, que estréia nas salas brasileiras no dia 13 de fevereiro.

O filme, assinado pelo diretor Bryan Singer (X-man, O retorno e O aprendiz), lidera as bilheterias mundiais pelo segundo final de semana consecutivo. A arrecadação até agora foi de 18,6 milhões de dólares em 26 países, elevando seu total acumulado fora da América do Norte para 38,9 milhões de dólares. Operação Valquíria está na frente de O Curioso Caso de Benjamin Button, indicado ao Oscar em 13 categorias, e de Foi apenas um sonho, que traz o retorno do casal Leonardo DiCaprio e Kate Winslet.

Cruise e sua família ficam mais alguns dias na capital fluminense, antes de continuar a divulgação do filme. Ator disse que tem intenção de voltar ao Brasil. Segundo ele, adorou o clima, a comida e a simpatia dos brasileiros.

Cruise dá o troco em Hilter

Em Operação Valquíeria, Tom Cruise é o coronel Claus von Stauffenberg, um dos oficiais mais ativos na constituição do plano que visava matar Hitler. “Odeio Hitler desde pequeno. Agora, finalmente, tive a satisfação de quase matá-lo”, disse Cruise, na entrevista de divulgação do filme.

O coronel que ele interpreta era um conde conservador que, no principio, simpatizou com os objetivos nazistas, mas depois percebeu a insanidade dos projetos do novo governo, os quais incluíam o domínio do mundo e a aniquilação total de raças inteiras.

A obra é mais um dos filmes que exploram os bastidores da Segunda Guerra Mundial, uma tentativa de clarear o nebuloso mundo que Adolf Hitler construiu para si, sem nem ao menos se importar com todas as outras pessoas que dividiam o mesmo planeta que ele. No dia 20 de julho de 1944, um grupo de oficiais que fazia parte da cúpula do exército nazista colocou em ação um dos muitos planos para matar o ditador, e quase conseguiu.

A bomba foi colocada por Von Stauffenberg em uma mala, dentro da sala onde Hitler se reuniria com os comandantes do exército para decidir quais os próximos passos da estratégia de guerra. Neste período da guerra, o exercito soviético avançava em direção a Berlim pelo oriente e os Aliados estavam prestes a entrar na fronteira da Alemanha pelo Ocidente.

Os EUA haviam entrado definitivamente no conflito, animando as indecisas potências européias, enquanto Mussolini, único aliado de Hitler, além do Japão, havia sido preso pelos próprios italianos e estava fora de combate.

A conspiração contra o chefe nazista não foi bem sucedida. Ele tiraria a própria vida em julho de 1945, após se casar com a amante Eva Braun, quando o exercito soviético marchava triunfante a centenas de metros da chancelaria do Reich alemão.

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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON

pub. dia 28/01/2009 por Thalita Uba - uba_thali@yahoo.com.br

Grande nome do Oscar 2009, O curioso caso de Benjamin Button traz um recorte interessantíssimo do livro de F. Scott Fitzgerald. Indicado a 13 estatuetas, o filme dá um show no quesito maquiagem e conta com a atuação surpreendentemente boa de Brad Pitt (que geralmente só chama atenção pelo – cá entre nós – fabuloso aspecto físico).


O roteiro traz a história de Benjamin Button, um homem que, contrariando as regras da natureza, já nasce velho e, com o passar dos anos, ao invés de envelhecer, fica mais novo. Benjamin nasce no dia em que acaba a 1ª Guerra Mundial. Sua mãe morre no parto e seu pai o abandona. O menino, visto pelo pai como uma aberração, é criado por uma mulher que coordena um asilo e lá ele cresce, cercado de cuidados especiais. É lá que ele se acostuma com a morte – que com freqüência leva um dos moradores embora – e onde faz amigos de quem ele sabe que terá de se despedir logo. Daisy (Cate Blanchett – ruiva e lindíssima), neta de uma das moradoras do asilo, é uma das primeiras amigas de Benjamin – e também seu grande amor. Boa parte de sua vida está ligada a ela e toda sua história é contada no filme pela filha de Daisy, que lê o diário de Benjamin Button para a mãe em seu leito de morte.

Apesar de um tanto longo (são quase 3h de filme), o filme é, além de belíssimo, muito bem amarrado. Por conta disso, é um forte candidato às estatuetas de Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte, Melhor Maquiagem e Melhor Roteiro Adaptado (esses últimos praticamente certos, na minha opinião). Apesar da ótima atuação de Brad Pitt, tenho minhas dúvidas com relação a sua premiação. O mesmo posso dizer da concorrente ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante Taraji Henson (que interpreta a mãe adotiva de Benjamin), que não foi mal mas não chega aos pés de Penelope Cruz em Vicky Cristina Barcelona. Seguindo a lógica que rege o Oscar há alguns anos, acredito que a estatueta de Melhor Figurino vá para A Duquesa e confesso que ficarei extremamente decepcionada se Batman – o Cavaleiro das Trevas perder o prêmio de Melhor Efeito Especial para Benjamin Button.


Nas demais categorias em que O curioso caso de Benjamin Button está concorrendo (Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Edição, Melhor Mixagem de Som e Melhor Trilha Sonora Original), não me arrisco a opinar. Mas mesmo não acreditando que o filme leve todos os prêmios aos quais fora indicado, afirmo que é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores filmes que concorrem no Oscar esse ano. E se não for pela história, vale ao menos pra ver Brad Pitt com 17 anos de novo.

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