sexta-feira, 18 de novembro de 2011

MANIFESTAÇÃO EM CURITIBA PELO CESSAR-FOGO NA FAIXA DE GAZA

Dia 9 de janeiro de 2009. Manifestação de protesto em Curitiba contra os ataques de Israel à Faixa de Gaza, iniciados no dia 27 de dezembro de 2008


pub. dia 09/01/2009 por Gabriele Alves – gabiluise@yahoo.com.br

A guerra continua, mesmo após a divulgação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, ontem, dia 8, por um “imediato e durável” cessar-fogo no conflito entre Israel e a Faixa de Gaza.

A resolução prevê, além do cessar-fogo, a retirada completa das forças israelenses do território palestino e o fornecimento desimpedido de assistência humanitária para o povo da região (cerca de 1,5 milhão de pessoas). No entanto, com a abstenção dos EUA, a resolução parece não ter surtido efeito.

A justificativa de Israel para o ataque seria o lançamento de foguetes em seu território, pela organização palestina Hamas, tida como terrorista. Já do lado palestino, o argumento é que os foguetes foram uma forma de resistir a um bloqueio de 15 meses por parte de Israel à Faixa de Gaza, que teria resultado na falta de alimentos, remédios, entre outros produtos básicos, para os palestinos. O número de mortos no conflito já passa de 770.

Em Curitiba, uma manifestação autodeclarada pacífica, foi uma tentativa da comunidade árabe da cidade mobilizar a opinião pública a favor do cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e declarar sua insatisfação com Israel.

O protesto teve início às 11 horas da manhã, em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná. O grupo de manifestantes, formado por aproximadamente 150 pessoas, atravessou o Centro da cidade pela rua XV de Novembro e se dispersou em frente à Boca Maldita. Nesse local, agora há uma tenda para o recolhimento de assinaturas a favor da causa palestina e murais com fotografias do drama dos feridos e mortos em Gaza, com imagens bastante pesadas.

A manifestação contou com apoio político de diversas entidades, que participaram do protesto com suas bandeiras, entre elas: PCB (Partido Comunista Brasileiro), PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), PH (Partido Humanista) e PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado).

A verdade é que, de uma forma geral, as pessoas ao redor pareciam compreender “mais ou menos” do que se tratava a manifestação, mas nem por isso os vendedores de crédito com pranchetas e os pregadores evangélicos mudaram seus planos em apoio ao grupo de protesto.

Palavras como Fascismo, Nazismo, Bush, genocídio, guerra, paz, violência e semitismo estavam em faixas, panfletos e na boca dos que praguejavam contra o conflito.
Desde o início foi possível verificar a cautela por parte dos organizadores da manifestação para não passar uma imagem de ódio ou revolta radical. Antes do início da passeata, um dos primeiros informes dados pelo carro de som era de que não se deveria falar em “morte”, porque a manifestação era pacífica… Uns dois minutos depois, um senhor tomou o microfone e iniciou um discurso inflamado de alguns segundos. No exato momento em que ele ia pronunciar a frase “Morte a Israel”, o som do microfone foi cortado. Só ouviram os que estavam mais próximos – como eu, por exemplo. Só os representantes das entidades poderiam falar no microfone, e foi assim a partir de então.

A situação entre Israel e a Palestina não se resolve com um simples acordo, mas a mensagem de paz que foi passada hoje tem seu valor. O depoimento amargurado de um manifestante alimentam a reflexão sobre o assunto:

No próximo sábado, dia 12 de janeiro, às 14 horas, acontece uma Plenária para dar continuidade às discussões, na sede do APP Sindicato, que fica no 14º andar do Edifício ASA, na rua Voluntário da Pátria, 475. Também acaba de ser criado o Comitê Árabe Brasileiro de Solidariedade, responsável pela passeata, pelo recolhimento de assinaturas e pela exposição de fotos na rua XV.

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Um comentário:

  1. Renan Says:
    janeiro 10th, 2009 at 6:36 pm

    Olá, Gabi. Gostei da matéria, embora eu discorde da frase “a mensagem de paz que foi passada hoje tem seu valor”.

    No último parágrafo, há um erro. Sábado não é dia 12 de janeiro. Ou a Plenária será sábado, dia 10, ou será segunda-feira, aí sim dia 12.

    Beijo!

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    Gabriele Alves Says:
    janeiro 10th, 2009 at 9:10 pm

    Nossa, Renan
    Realmente, quem me passou essa data foi uma das pessoas que pretendia participar da reunião e eu nem me toquei do erro, obrigada.

    A respeito da frase… Pois então, digo que tem seu valor porque o ato em si reivindicava o cessar-fogo. E isso é difícil de contestar. Mas admito que escrevi, li e pensei se devia mesmo dizer isso…

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