quinta-feira, 17 de novembro de 2011

UM ANINHO DE VIDA


O Jornal TiraGosto completa um ano agora no dia 2 de dezembro (terça-feira). Por isso quero te contar um pouco da nossa história. Mas antes de tudo quero te convidar, amigo leitor, a comemorar o aniversário do jornal lá no bar Mac Nills (na Westphalen em frente ao Cefet) a partir das 18 hrs.

pub. dia 29/11/2008 por Leandro Hammerschmidt

Vamos à história: o jornal nasceu de um trabalho de conclusão de curso. A primeira idéia era fazer um jornal reduzido a manchetes pra circular em ônibus. Conheci o finado jornal Notícias Populares de São Paulo e ficamos (digo “ficamos” porque sempre tive e tenho bons amigos juntos neste projeto) muito interessados em fazer um jornal popular. Mas popular na Internet é outra coisa e mais pra frente vou explicar por que a gente (sem grana) só tem a Internet. Vou encurtar o causo: o primeiro TCC era tão maluco (e mal articulado) que acabei reprovando. Não briguei muito porque estava fraco na vida naquele momento. E no fundo até que deu um charme pro jornal ser reprovado na academia.

O tempo passou e a idéia amadureceu
Já em meados de 2007 queríamos fazer o projeto funcionar, mas agora o maior estímulo era a falta de oportunidades de emprego para jornalistas recém formados. É um mercado complicado – ainda mais pra quem tem personalidade arredia a horários e caciques. Aqui preciso dizer que sempre tive problemas pra aceitar a profissão de jornalista. Pelo seguinte, historicamente o jornalismo é “a síntese do espírito moderno: a razão (a verdade, a transparência)”, e não me agrada nada este papo da objetividade, imparcialidade, dizer “verdades”, exaltar a racionalidade (e a ciência) em detrimento de outros instintos; pior ainda seria assumir a missão de “iluminar os assuntos e diminuir as diferenças”. É muita pretensão e inocência pensar assim. Não sou o Crark Kent e nem cão de guarda. E, sinceramente, não existem inocentes. Não se amarra cachorro com lingüiça. As coisas estão no ar e todo mundo saca porque as pessoas estão cada vez mais niveladas.


O problema é que “quando todos pensam iguais, ninguém pensa”. Mas não é este o caso. Não dá mesmo pra saber quem é o otário e quem é o malandro. Já experimentei a sensação de ser manipulado na cobertura da reintegração de posse no terreno do Fazendinha – está cada vez mais fácil ser feito de idiota. O lance é ouvir atento, sem muitas pretensões. E na hora de fazer a reportagem prefiro saber que “todo mundo entende tudo”. Não me prendo a detalhes, me interessa é o “big Picture” sem me apegar muito às informações. Informação todo mundo tem. E às vezes é passada sem pensar: assim fez jornalista estes dias quando levantou a hipótese que a menina (encontrada dentro de uma mala na rodoviária de Curitiba) gostava de se passar por mais velha isto porque no perfil do Orkut dela a menina tinha 20 anos. Que sabichão! Como ele vai iluminar os assuntos? Por isso nunca quis assumir este papel de catequista das informações.

Ou o que seria pior: criar uma moral da história pra cada reportagem. “inducar”. Pra mim não dá, o mundo corre bem. Em suma, pra quem gosta e/ou romantiza os trágicos assim como faço, o jornalismo parece demasiado burguês.

Mesmo assim assumi a profissão e vislumbrei uma opção pra fazer jornalismo: abandonar o lugar medíocre do jornalismo, abandonar o diploma e a sensação de estar a meio centímetro do chão; saber de cara que “não existem fatos, só interpretações”. Porém nunca abandonei as moedas do jornalismo e até fundei este jornal preocupado com periodicidade e com o interesse público.

O meio de comunicação escolhido
O mais barato e, talvez nossa melhor opção, foi a Internet. O investimento é baixo e o alcance é ilimitado. Mas a Internet é cheia de manhas, circula uma inteligência peculiar, uma inteligência POP. E o público percebe as informações e notícias de forma diferente na rede - pela quantidade de fontes e facilidade de replicar informações. Por exemplo, falando de telejornalismo, a TV é só mais um móvel em nossa casa, no fundo, ninguém espera nada dela. Aceitamos aquela programação por preguiça e também por falta de opções: poucos canais, as mesmas caras, as mesmas histórias de sempre e a lição de moral no fim. O valor da TV está na plástica, na qualidade das imagens, no rosto quadrado das apresentadoras, na coisa redondinha. Que convenhamos é muito chato e arrisco dizer que na rede não funciona.


Como já disse o valor na rede é uma inteligência peculiar. A qualidade é o de menos, interessa o time. O público gosta de sabor, polêmica, sacanagem, outras vozes, outras caras, coisa tosca, caos; navega por prazer e não necessariamente pra se informar. Então, se no fundo a briga do jornalismo é por atenção e, como sabemos, num segundo momento por poder (influência política), resolvemos considerar isto tudo pra fazer nosso TiraGosto. Mas se você me perguntar o que queremos fazer com influência? Não sei! Talvez desconstruir e brincar um pouco com as coisas. Além de tirar algum dinheiro pra conseguir sobreviver nesta maldita profissão.

Pra Fazer Diferente
Começamos pela escolha do nome TiraGosto, geralmente o nome de um jornal tem a ver com o passar do tempo, mas queríamos dar sabor, eventualidade, desligar um pouco da idéia do tempo e da necessidade de se consumir bem rápido. Não sei se o amigo leitor já percebeu que nos tentamos fazer reportagens “frias”, atemporais  – prefiro dizer “históricas” (pretensiosa e provavelmente errada essa denominação), no sentido que podem ser lidas hoje, amanhã ou muito depois – creio que sem perder o efeito.

Decidimos abusar das opiniões, dos gostos, dos achismos e da marra também. Em geral o jornalismo feito por ai, seja por opções ideológicas ou por uma tentativa de não se chocar com nenhum grupo social de importância, prefere um alinhamento acrítico em relação ao modismo das idéias politicamente corretas. E aqui, por exemplo, blogs têm levado vantagem, pois abrindo mão do “discurso da fala competente”, o blogueiro passa a expressar o que o povo pensa, mesmo que seja considerado besteirol (preconceitos, lugares comuns, humor negro etc.). Mas mesmo partindo de preconceitos, só o fato de não ser “politicamente correto” já lhe dá algum crédito pelo menos.

Pense sozinho o que significa tudo isto!



É claro que a falta de respeito, com tudo e com todos, demonstrada por alguns blogueiros muitas vezes é desnecessária. Coisa de moleque. Mas é inegável se tratar de fórmula eficaz na Internet. Sem contar que se parece mais real e verdadeiro. Em contrapartida no telejornalismo (de novo) temos aqueles risinhos dos apresentadores, as roupinhas, as mãozinhas, as mentiras descaradas e o “imperdível” que certa jornalista solta depois de todos (digo todos mesmo) os shows da agenda cultural, isso não pode ser verdade. Só critica positiva, só endosso. Uma coisa é só fazer o que você gosta (como fazemos com nossas críticas) outra coisa é dizer que gosta de tudo. Isto é falsidade, e desnecessário, mas é bem normal no jornalismo. Alias quase tudo soa falso no jornalismo. Preciso dizer que (como parte do povo) acredito muito pouco em jornalistas. Na pompa. Sei que se trata de um jogo de poder, que o valor é o conhecimento, e que a força do jornalismo está na continuidade e não nas reportagens em si. Afinal a informação que recebemos não
é para simplesmente informar, mas sim para convencer e formar.

Porem as coisas mudam um tanto com a Internet. Já disse que a Internet altera nossa percepção de notícias. Neste contexto o jornalismo precisa evoluir muito, se defender pelo menos, porque neste meio o usuário facilmente troca de fonte quando não gosta, são milhares de sites. E, se a gente vai trocando de fonte e mesmo assim não aparece uma boa opção, ao menos, podemos nos envolver na “coisa” mandando um comentário pra contestar, ou republicando fora do contexto como faz o Kibe Loco que satiriza e subverte informações-notícias publicadas. Não sou muito fã dele, mas é inegável sua influência.

Entenda uma coisa: pelo sim pelo não a produção jornalística abastece a rede. O negócio é saber jogar na rede. Creio que o jeito mais fácil de “se defender” é fazer jornalismo autêntico, sincero e saboroso. Tirar a pompa da imparcialidade, verdade e objetividade pra assumir que somos mais uma fonte importante entre as milhares que existem na rede. Não é questão de impor só uma fonte, assumir um compromisso gigante, a coisa é menor e mais fácil que parece. Por isso a gente do TiraGosto pede poucos minutos do seu dia nas terças e quintas-feiras.

Mas já chega de lengalenga, pois não estou ressentido com a mídia, com a profissão, nem com isso ou aquilo, e nem estou dizendo que o jornalismo é de todo mal – sempre teve e sempre haverá boas reportagens, inclusive na TV. Só falei disso tudo pra dizer que a Internet vem crescendo e em breve vai tomar o lugar dos jornais como principal fonte de informação, como já acontece entre os jovens e os politicamente engajados. Por isso entramos na onda!


Vem com a gente

É importante publicar, estimulo quem posso. Afinal nós do Jornal TiraGosto ainda estamos fascinados com a Internet. Através dela (que é o suporte do jornal) acendemos uma coisa ali outra aqui na cidade (como foi feito o Museu do IML ou com o Break do Itália), através dela pesquisamos, arranjamos desculpa pra tietar (como fiz com Zé do Caixão) e também pudemos trazer novos personagens pra vida. Sério mesmo, na rede todo mundo briga por atenção. Te garanto que o jornal local não é visto de modo muito diferente que o New York Times.

Então fica a dica: publique suas idéias! Seja com a gente ou por conta própria.

Aproveito a ocasião pra agradecer todos nossos colaboradores e avisar que estamos cheios de planos pra 2009. Vai rolar até grana por colaboração. Agradeço também nossos leitores e peço que continuem com a gente!

Valeu aí galera que votou, a vedete “Cabine Erótica” subiu pra TV, já está passando no FIZTV

Reforçando o convite:

Amigo leitor venha tomar uma gelada com a gente depois do seu expediente nesta terça-feira (02/12)
Tá de graça: Antártica a dois pilas e Skol a 2,60
Local: Mac Nills (na Des. Westphalen 782 em frente ao Cefet)
Horário: a partir das 18 hrs, mas se quiser chegar antes a gente vai estar lá calibrando

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Um comentário:

  1. Franco Says:
    novembro 29th, 2008 at 2:38 pm

    Eu vou! Vamos lá também rapaziada! Fui!

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    Fabio Says:
    novembro 30th, 2008 at 9:05 pm

    Eu tbm vou nessa!

    abs

    Mattoso

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    humberto Says:
    dezembro 1st, 2008 at 3:59 pm

    vou chegar às quatro e meia, cinco hora!

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    leandro Says:
    dezembro 1st, 2008 at 5:44 pm

    tô até pensando em almoçar lá Humberto

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    $amuca Says:
    dezembro 2nd, 2008 at 4:35 pm

    Tá q pariu… eu tinha que ficar pra final justo agora, amanhã, dia 03 de dezembro tenho duas provas finais… devido a isso não vou poder comparecer no aniversário… mas registro meus parabéns!!!

    obs.: Ufff … demorei mas consegui ler o texto inteiro… tá loco… tava inspirado éin Leandro :s


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    Bruno Says:
    dezembro 3rd, 2008 at 7:22 pm

    Xi, perdi a festa !!!!!!!!!!!!!!! Mais continuo desejando sucessuuuuuuu pro ceis…

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    leandro Says:
    dezembro 4th, 2008 at 2:28 pm

    quem mandou vc estudar física né Samuel?
    perdeu a festa, mas terça q vem creio q estaremos lá de volta no mesmo batelugar, só q mais cedo

    valeu mesmo Bruno!

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