segunda-feira, 21 de maio de 2012

VIENI ALLA NOSTRA FAMIGLIA


o bar Dom MAttoso fica na rua Fernando MOreira, 135,
a rua dos chorões no centro de Curitiba.
                                                                             .

sexta-feira, 18 de maio de 2012

AFORISMOS SEXUAIS

NA CARA DO GOL:
"cú de galega... o pau entra ingual mantega"

REDAÇÃO PUBLICITÁRIA:
"ménage à trois: um cara em cada peito"

CANTIGAS DE MAL DIZER:
"-que vire uma pizza depois!"

ANTI-PROPAGANDA
"gravidez? foda é fralda!"

DOS OUTROS
"É mito afirmar que o homem é uma máquina infalível: - O pênis é apenas um dos mecanismos na interação íntima do casal; uma forma de carinho e comunicação."  dr Calvino C. Fernandes

ROMÂNTICO
"dai a gente enche a cara de vinho, cerveja preta
come uma pizza de tomate seco e vem dormir gordinho"

DA INTERNET
"nossa, como é difícil arranjar mulher nesta sala" 

(05:55:14) pequeña fala para sandersom serio: soy de curitiba ,mas vivo en madrid
(05:57:54) Cu leitado sai da sala...
(06:58:15) RAPAZ SIGILO (reservadamente) fala para Todos: Algum cara ativo e discreto a fim de tc?
(06:00:09) Nádia fala para Todos: Outro pseudo empresário.
(06:01:19) Contém 1 Loira fala para HOMEM NO HOTEL: tudo e vc?

(06:01:34) Maria  fala para Arnaldo: vc e lindo sabiá . e mi deixou cheia de desejo.

(06:02:01) Rigidez Cadavérica fala para Esoterico Curitiba: Este é o novo conceito para escorregar na banana?

(06:02:14) Cowboy fala para Esoterico Curitiba: Saudade daquela época que todas as doenças venéreas se curavam com penicilina

(06:02:17) Leandro 27 fala para Esoterico Curitiba: a prevenção do cowboy é uma mijadinha depois... kkk

(06:02:57) Vaginnas fala para algum militar?: Produtos 99% mais baratos que nas lojas!!! a nova febre da internet: www.leilaonaogora.com

(06:03:57) A VERDADE fala para Todos: ACORDA BRASIL!

(06:04:01) Sinuca Nervosa (reservadamente) fala para Leandro 27: E ai cara, blz
o? tu chegado em sinuca nervosa?

(06:04:11) Olhos Azuis H entra na sala...

(06:04:19) branca fala para Todos: O lacre violado

(06:04:29) Caguei milho entra na sala...

(06:04:47) edivaldo e luzia (reservadamente) fala para Charles, guerreiro: QUERO UM EMPREGO DE CASEIRO PRA TRABALHA NUMA CHACARA

(06:04:55) Chás e Ervas (reservadamente) fala para Todos: Sou Fitoterapeuta e iridóloga especializada nas terapias a seguir: Acupuntura sem Agulhas, Argiloterapia, Cromoterapia, Fisioquântic, DNA (Serpentes da Mãe e do Pai), Fitoterapia, Florais Quânticos, Hidroterapia, Iridologia, Moxabustão, Nosódioterapia, Terapia de Pedras Quentes, Terapia Floral e FTP.

(06:05:05) Mary Lee (reservadamente) fala para Leandro 27: seus lábios são labirintos... churrasquinho irado...

Pitbull cansei, cansei de monte cristo

(06:05:14) Gato Solt discreto fala para Todos: .FETISH INFLAVEIS – num colchao inflavel, colocar o cara na extremidade, enrolar como se fosse um rocambole e eu fosse o recheio do colchao, passando corda em volta, depois inflando co colchao comigo preso ali dentro, usando plug anal. Quando mais inflaveis, mais imóvel eu ficaria, ate eu nao poder movimentar nada do corpo de tao inflado que estaria o colchao. Alguem curte esse tipo de imobilização?,

Pitbull cansei, cansei de monte cristo
(2x)
Era a história de um diretor de TV q recebe autorização pra fazer um filme sobre a morte:

"e assim morremos nós"

durante o filme ele conhece um casal, o homem do casal é doente terminal,

vivem 20 anos casados sem paixão, mas se gostavam e até se davam bem
ele era um tanto frio, mas zelava pela esposa
a morte tem seu lado positivo
a mulher se aproxima mesmo do marido
nos últimos dias de vida
justamente por uma canção q ele solfeja

Pitbull cansei, cansei de monte cristo

 .

BIO DEMENTIA VAMPIRIA



Um drink no inferno.
E o garçom é meu amigo. Em cima do balcão uma ruiva branquinha dançando. Alerto um cara: “Olha bicho, cuidado que essa mina dá chute”. E ele me responde “eu sei” mostrando o beiço cortado

pub.dia 28/08/2009 por Leandro Hammerschmidt


Confesso que aceitei desconfiado o convite do Carlos Zava pra ir ao Opera 1 curtir o festival Bio Dementia Vampiria - de música gótica. Primeiro, porque não sou muito fã deste estilo de música, de vida, de arquitetura, sei lá que diabo. Nada contra, nada mesmo, mas, na verdade, nunca soube ao certo o significado de ser “gótico”. Era uma criança quando assisti “De Corpo e Alma” e me lembro do gótico Reginaldo, interpretado por Eri Jonhson – mas calculo que aquilo seja mais um estereótipo de novela da Gloria Perez. Só que não desprezo estereótipos. Eles servem pra facilitar nossa “compreensão” das coisas. Além do que, como diz o Michael Jackson “a mentira vira verdade”, e nem é questão de repetir. A coisa é gostosa e vai se fazendo. Enfim.

Fui ao Bio Dementia cheio de velhas ideias e levei minha irmã Sabrina (como fotógrafa), e meu camarada Sandro Sal (pra beber mesmo). Na escada do Opera encontramos um monte de gente branca e maquiada. Fiquei enciumado com a receptividade das moças para com a minha irmã. Nada comigo.

Na programação do Bio Dementia Vampiria anunciava pirofagia, concurso de fantasia (melhor vampiro, melhor vítima) e boa música. E, realmente, a banda Nahtaivel é surpreendente: o cara de coringa toca um dark electro sinistro e o guitarrista é um negão fudido. O que deu a entender a principal atração do festival era a banda Encarmation, uma cover de The Sisters of Mercy e a terceira banda era Scarlet Leaves.



Sinceramente me lembro só da primeira porque estava sumido no show da segunda e fiz uma “saída de emergência” antes da última.


Dark Roon

Estou solteiro e dei um perdido na minha turma pra conferir o quarto escuro e, olha, fiquei satisfeito, muito satisfeito! Além de ter cerveja à preço razoável (pra balada), no Opera 1 dá mais mulher que homem. Uhul. E dei sorte aquele dia.

As coisas iam tão bem que já não me agüentava mais de esperar o momento em que as portas seriam trancadas e as moças virariam vampiras e o DJ anunciaria no microfone a nossa morte, ou pior, às portas trancadas e de repente o uivo horripilante do lobisomem americano em Curitiba. Qualquer coisa de cinema. Mas não, claro que não, né! No máximo o Zé Pilintra estava solto na balada. Mas ninguém virou lobisomem. Pelo menos, na minha frente. Talvez lá no Dark Roon. Oh, yeah, lá no Opera tem um quarto escuro cheio de vampiras lésbicas!


Ar fresco e ventos do passado

Saí pra tomar um ar no largo da ordem, pensando em voltar. No passeio encontrei um povo “gótico” ali nas escadarias - perto das ruínas da São Francisco - no lugar onde está enterrada a cabeça da cobra-verde que destrói o chão e os muros da cidade -, é lá mesmo onde a rapaziada joga peteca e toma vinho.

Subi as escadas, dei uma olhada e senti saudade da adolescência: quando gostava e freqüentava muito o largo da ordem. Quando ia direto ao Bills Bar curtir um cover. Encontrava o Feijão, o Farofa, o Fedor, Gnomo, Kolb e toda a turma do Colégio Estadual do Paraná – bom tempo. Quem viveu sabe que no Bills todos os dias a gente podia ouvir Paranoid, dar uns gritos e conhecer gente esquisita. E foi nesse lugar que tive contato com algumas pessoas que reconheci como góticos.

Naquela época, adolescente, não “fui pras cabeças”, e pior, fui bem cusão até, ao recusar o convite da minha primeira mulher pra tomar um vinho com eles no cemitério municipal. E ler poesia, será?
Gosto de vinho, viro uma “borsa” quando tomo muito, mas não curto lenga lenga: rituais, poesia, grupos. Mas nem sabia que o negócio era quente. Senão até teria me infiltrado antes.

O que é ser gótico?

Existe um site que explica em poucas palavras
o que é ser gótico. Como não tinha a referência e nem resposta para “o que é ser gótico?” Procurei resposta na fila da cerveja: perguntei a um cara, mais ou menos da minha idade, 26, se existe um grupo de góticos, uma seita, uma confraria, sei lá que diabos, aqui em Curitiba? E ele foi taxativo ao dizer que não! Garantiu-me que o que existe hoje é um estilo, um estilo de rock.

Como estava me dando bem com as originais e já sem força de vontade pra apurar as informações. Resolvi dar por encerrada minha pesquisa jornalística e passei a curtir a festa e fotografar as beldades que dançavam em cima do balcão. Fotografei ao melhor maior estilo “uau, domingo legal”, mas é claro que não vou publicá-las - vai saber a idade das vampiras.


A festa estava do caralho

E só acabou quando quis dar uma de Terry Richardson e fotografar o quarto escuro. Turma, na real, só bati um flash pra alumiar a festa, ser a lâmpada da orgia. Porra, sou da muka! Mas não colou, levei um esporro daqueles. E fiquei quieto, no máximo rindo, porque sei que fui moleque, mas… Deixe baixo. Como estava (tarde), sem alho, sem razão, cozido e ainda em minoria, achei melhor sair da festa batido e evitar derramamento de sangue tipo A+.

>>>

fotos do Bio Dementia by Sabrina

             Nahtaivel

                                                 galera

expectativa no balcão do bar

                                      estes já conhecem o show das minas

ai ai

                                        sangue de ki-suco


joelhinho ralado, que pecado!

                            até agora não entendi o que significa Bio Dementia Vampiria

      pyro
 
                                        tinha pro pessoal do metal também

igual pinto no lixo

                                               dá-lhe kiss

 chega!

seja meu amigo e amigo do Déde (o garçom do bar do inferno) lá no orkut e veja FOTOS EXCLUSIVAS (pro link dar certo vc precisa estar logado)

 .

VOLTA, PEDREIRA!




pub. dia 14/05/2009 por Thalita Uba - uba_thali@yahoo.com.br


Ok, o show do Oasis foi legal, o set list foi seguido à risca, os banheiros estavam limpinhos e todo mundo conseguiu ver o show com razoável conforto. Não dá, realmente, pra reclamar da Expotrade. O espaço preparado comportou muito bem o show, as cerca de 12 mil pessoas que lá estavam e tudo fora muito bem organizado (ao menos do ponto de vista de uma humilde fã, que apenas foi à Expotrade para ver a banda tocar e não teve acesso aos bastidores da organização do evento). Contudo, não posso negar saudades imensas dos shows no grande palco aberto de Curitiba: a Pedreira Paulo Leminski.


A Pedreira nasceu em 1990, durante o governo Jaime Lerner. Seu nome, obviamente, é uma homenagem ao escritor curitibano Paulo Leminski combinada com uma referência à antiga serventia do local, que abrigava a Pedreira Municipal e uma usina de asfalto. Com capacidade de 30 mil pessoas, 103,5 m2 de área e seu paredão rochoso de 30m de altura, a Pedreira Paulo Leminski já foi palco de shows de diversos artistas de renome como Paul McCartney, David Bowie, Milton Nascimento, Roberto Carlos, Iron Maiden, Pearl Jam, Ramones, Björk, Arctic Monkeys e The Killers.


Em 2008, a Pedreira foi interditada por uma liminar que o Ministério Público do Paraná concedeu a 134 moradores do Abranches (bairro onde se localiza a Pedreira), que se declaravam descontentes com os transtornos que a realização de shows no local causava. Com seu fechamento, Curitiba – que, na época, se encontrava na terceira posição de destinos de shows internacionais no Brasil, perdendo apenas para Rio de Janeiro e São Paulo – passou a ser preterida e os amantes da boa música tiveram lamentavelmente de ver muitos de seus artistas favoritos darem preferência às outras capitais sulistas (Florianópolis e Porto Alegre).


Uma democracia que privilegia 134 pessoas e passa por cima do direito de outras milhares que habitam a cidade de usufruir de um patrimônio público está, claramente, com algum problema. Não se trata de não haver um lugar apropriado para a realização de grandes shows em Curitiba (apesar de ser necessário apontar que a Expotrade está, afinal, localizada no município de Pinhais), pois não há como negar que tal espaço existe, sim. Trata-se de assassinar uma tradição de quase 20 anos por birra de algumas pessoas, afetando, assim, a cena cultural de uma cidade inteira.

Agora a boa nova: o vereador Jonny Stica, com o apoio de empresários do mundo artístico e comerciantes, mobilizou-se para reverter essa situação. Seu manifesto pode ser encontrado no site www.apedreiraenossa.com.br. Lá também é possível assinar o abaixo-assinado que Stica pretende apresentar ao Poder Judiciário a fim de revogar a liminar que fechou a Pedreira. Agora é conosco. Se unirmos forças, quem sabe não conseguimos reaver nosso palco preferido?

.

TRINTA E OITO RAZÕES


A chuva já o ensopava, começou com uma garoa e agora a água escorre por dentro de seu rego, causando um grande desconforto. Mantém-se firme, sentado no meio-fio a bem uma hora, seu alvo é óbvio, a casa de alvenaria a sua frente. Casa de gente branca e gorda, daquela aparente felicidade, que até irrita.

As luzes das janelas da fachada estão acesas, conhece muito bem, à sua esquerda, a sala, um sofá, uma tevê com defeito em um hack, uma mesa de jantar e uma velha cristaleira que contrasta com os outros móveis, à direita, o quarto, uma cama de casal, um guarda roupa e uma tevê nova, comprada à prestação.

Bem se vê que as duas tevês estão ligadas e de certo que o moleque Alessandro está fazendo alguma manha e logo irá dormir. Sua mãe vai ajeitá-lo na cama, vai desligar a luz do quarto e baixar o volume da tevê. Depois vai abrir a porta e se inclinando sem sair do quarto vai dizer com um sorriso no rosto ?to indo dormir, vocês fiquem a vontade, mas olha lá hein?. Ele embaraçado faria uma piada, ela riria muito e iria finalmente se deitar e a noite estava livre para os dois, no sofá.

N Ã O! Ele não está no sofá, ele está no meio fio, ensopado, e olha a casa atentamente, talvez outro em seu lugar, ao lado dela, tocando sua pele macia e branca. Estremece, pega sua velha mochila, abre e confere o trinta e oito enrolado numa sacola de mercado, um cuidado para não molhar. Colocou bala por bala, seis balas, ainda agora, de tarde. ?Que horas são??. Pega o celular, não funciona, encharcado.

Olha de novo, um segundo e a luz do lado direito já apagada. Fecha a mochila, se levanta agitado, dá dois passos, pára, a outra luz se apaga. Alívio, ela foi dormir.

Avança rápido, cuida para que ninguém o veja, chega à beira da grade, estica-se para a casa vizinha, volta. Encoberto pelos arbustos que vez ou outra ele próprio podava junto à menina, pula o portão. Atravessa o quintal de ponta a outra, trepa no muro, tenta alcançar algo, volta. Traz com cuidado algo na mão esquerda, de canhoto, tenta proteger mas a chuva é forte, pensa que de um jeito ou de outro terá seu efeito.


Já é hora e está decidido, avança, passa pela lateral da casa, vai até a janela da menina, uma tênue luz azul indica que o abajur está aceso. Encosta-se na parede, o beiral dá uma trégua à chuva, aproveita para respirar um pouco. É agora ou nunca…


***
Às três horas da manhã, do dia 25 de Fevereiro de 2007, deu entrada no Vigésimo Segundo DP de Curitiba, Cláudio Osnir da Silva, 18 anos, por assalto a mão armada. Jornais popularescos noticiaram sem muito destaque a tentativa de assalto à casa de um rico empresário, cujo nome não foi revelado. Nada disseram da vida de Cláudio nem o que pretendia fazer com o dinheiro. Na matéria uma foto dele, a cabeça coberta com a camiseta e um policial fazendo pose com uma metralhadora, no texto a série diária de adjetivos, sempre condenando sumariamente.
Lançada outra edição quem se lembraria do garoto? Assim, perdido entre tantos outros iguais…


***
Às nove da manhã Mariana não demorou a reconhecer de quem era o presente em sua janela. A flor podia ser roubada e estar judiada da chuva, mas foi a mais singela surpresa que teve em seus dezesseis anos de vida e quem sabe se não, pela vida toda. O certo é que ela não esqueceria.

Rodrigo Choinski 13/09/2007 às 15:30h

pub. dia 29/03/2009 por Rodrigo Choinski - alternativistas-1@yahoo.com.br

.

ESSA MISSA É UM SHOW

JTG acompanha uma missa do padre multimídia Reginaldo Manzotti na igreja do Guadalupe

pub. dia 01/04/2009 por Franco Caldas Fuchsfrancofuchs@gmail.com

A equipe do TiraGosto resolveu assistir a uma missa. Isso mesmo. Nós aqui também temos a nossa fé, e como ninguém da redação tinha assistido a uma missa do padre Reginaldo Manzotti, que já há um bom tempo tornou-se um fenômeno da mídia, o JTG decidiu ir à paróquia Nossa Sra. do Guadalupe. Ali, toda quinta-feira às 20h, Manzotti faz celebrações que são posteriormente veiculadas na televisão pela Paraná Educativa.


À procura do padre

A reportagem chegou às 17h na igreja e logo saiu à procura do padre Manzotti para uma entrevista. Na lojinha que existe no andar térreo da construção, perguntamos sobre o seu paradeiro a um simpático senhor, que descobrimos ser Antônio Manzotti, pai de Reginaldo. Antônio, infelizmente, disse que seria impossível falar com o seu filho naquela tarde sem termos combinado um horário com antecedência.

Padre Manzotti é realmente um homem muito ocupado. Realiza missas não só na paróquia Nossa Sra. do Guadalupe, como pelo Paraná afora e em outros estados do país. Entre outras atividades, também apresenta programas na rádio Evangelizar AM e mantém um portal na internet.

>>>

O sagrado e o profano

Ao sairmos da loja, um fato curioso. No chão encontramos um santinho, que não era de Santo Expedito nem de nenhum outro santo conhecido. O papelzinho dizia apenas: “Karol, iniciante, loira, 21 anos. Local central. 3039-3544”.

Mas se o leitor pensa que isso é uma profanação de um espaço religioso, saiba que encontrar tal propaganda de serviços sexuais ali não é tão estranho quanto parece. Afinal, a igreja do Guadalupe está encravada no centro de Curitiba, tendo bares e casas de prostituição como vizinhos de rua.

Some-se isso ao fato de que, por fora, em algumas partes a igreja passa por reformas – há estruturas de concreto bruto inacabadas – externamente o visual da paróquia é bem pouco convidativo. Todavia, quem entra nessa casa de Deus muda completamente de opinião.

O interior amplo da igreja, o pé-direito enorme, suas paredes dominadas por uma camada de tinta novinha, azul bebê, e ainda seus belos vitrais, são um bálsamo para os olhos. Sem falar da temperatura amena que reina ali dentro – um alívio para quem acabou de subir uma das duas extensas rampas de acesso até a igreja.



.

Igreja lotada

O relógio no alto do edifício Itália marca 20h. 10º. A missa começa. O interior da igreja está completamente lotado – “Tinham que fazer um igreja maior”, diz um homem com o filho no colo – e há cerca de duzentas pessoas do lado de fora, que se espalham pelas duas rampas laterais. São homens e mulheres, crianças, adultos e velhos, em sua maioria bem arrumados e de banho tomado.

No meio desse turbilhão, destaca-se um casal de bêbados, que participa ativamente da missa, seja cantando ou fazendo comentários absurdos, para a indignação dos seguranças do local.

.

Desenvoltura digna de um astro de rock

“Hey, hey, hey, Jesus é nosso rei”, é o que diz uma canção do padre Manzotti, num estilo que parecia da jovem guarda. Muitas pessoas choram, se emocionam, cantam e fazem coreografias com as mãos. “Agora só nas palmas!”, incendeia Manzotti.

Em certo momento, o padre pergunta ao público: “Valeu a pena chegar 1 hora antes?” E a multidão – vinda de bairros distantes, da região metropolitana e outras cidades – responde em alto e bom som: “Valeu!”

Medalhinhas de Nossa Sra. são distribuídas e disputadas quase aos tapas pelos fiéis. Mas além das medalhinhas há outros artefatos que podem ser adquiridos durante a missa. Do lado de fora da igreja há uma barraquinha que vende desde camisetas de Reginaldo Manzotti, bem como seus cds, livros e bonecos “Manzottinho” (confeccionados em tecido, com fragrância de jasmim).

.

ONIPRESENÇA QUASE DIVINA

Às 20h50 é celebrada a eucaristia e as hóstias são distribuídas até para quem está do lado de fora da igreja. Na verdade o fato de ter gente para fora é tão normal que por ali também há caixas de som. Quem não pode ver a missa direito, pelo menos ouve bem as músicas e orações.

Já no finalzinho do ritual, após mais algumas bênçãos, o padre faz um último lembrete: ” e quem puder, não deixe de acessar nosso site: www.padrereginaldomanzotti.org.br !

É o esforço de Manzotti, “o padre Marcelo de Curitiba”, para atingir uma onipresença quase divina. Seja na igreja, na televisão, no rádio ou na internet, só dá ele.


Dez.2007 - reportagem especial "Essa missa é um show!" da edição zero do TiraGosto por Franco Caldas Fuchs

.

O PECÚLIO DE LÚCIFER


pub. dia 07/04/2009 por Léo Gluckgluckose@hotmail.com
Enquanto existir, por efeito das leis e dos costumes, uma condenação social, que produza infernos artificiais no seio da civilização, e desvirtue com uma fatalidade humana o destino, que é inteiramente divinal; enquanto os três problemas do século - a degradação do homem pelo proletariado - a perdição da mulher pela fome - a atrofia da criança pelas trevas - não forem resolvidos; enquanto em certas regiões for coisa possível a asfixia social; ou, noutros termos, e sob aspecto mais amplo - enquanto houver na terra ignorância e miséria, não serão os livros como este, de certo, inúteis.

Hauteville House, 1 de janeiro de 1862.

VICTOR HUGO - Os Miseráveis


Sobre mim, neste instante, desce um tal orgulho de não pertencer à classe dos indignos de coração. À classe dos que fazem de tudo por dinheiro, dos que se arrastam na miséria em busca do tesouro, dos que inopinadamente galgam alguns degraus na porca e hedionda hierarquia da pecúnia e acham normal mostrar a todos os outros que os cremes nos quais se besuntam custam mais caro que todo o lar que a massa ignara demorou uma vida para pôr de pé. Quando eu penso que não sobra dessas pessoas um único fio de cabelo sem lama grossa que indique um fim de vida mediano ou talvez uma opaca luz no fim do túnel, me ponho a classificar a raça humana como um dos grandes erros da História Clássica.

Ninguém me faz pensar que os dinossauros arrastariam as carcaças enormes e de aura límpida atrás de miseráveis contas públicas ou que as teriam treinado para suportar a necessidade de ir tão baixo em sua existência.

Nós somos um erro. De cálculo, de tempo e de espaço. Nós viemos para esse mundo para brigar por coisa pouca, por mesquinharia, por pequena estupidez. Não fazemos o mínimo uso do que temos de maior, mas, por nossa vez, fazemos total uso do que temos de menor. E, o que agrava tudo, o fazemos para “obter” o que há de menor. Talvez eu idealize a coisa toda romanticamente, mas fato é que não passa um dia sem que o ‘vil metal’ não nos assole a todos com os mínimos problemas que somente ele cria e que nós jamais resolveremos. Tempos faustianos imemoriais, quando já a alma é facilmente negociável e o corpo é facilmente removível; podemos dispor de tudo! Não sobra nada, tudo foi transacionado. O que significará empunhar, altivamente, a autêntica bandeira de quem disse todas as letras de vocabulário próprio e não vendeu, trocou, escambou, permutou, pernoitou (as prostitutas, essas sim são gente digna, cuja ofensa - se a há - tem somente o corpo como destino), escudou ou esfalfou nenhuma? Temo a resposta. Tenho asco, engulhos e vontade de vomitar nauseabundamente quando penso que foi para isso que viemos.

Não, douto leitor, não foi para amar e ser amado que você veio. Eu sinto muito. Foi para pedir emprestado tudo o que você não consegue roubar. Foi para roubar tudo o que você não consegue legítima e nobremente possuir. Foi para não possuir o que você não consegue enxergar. Foi para não enxergar o que você não consegue imaginar. Foi para não imaginar o que você sequer considera. Foi para não considerar o que te é de pouco valor. Foi para pouco valorizar o que você empresta. Tudo se resume num papel descorado e gasto cujas letras ninguém lê, porque ler, meu caro, é o menos importante.


.