quarta-feira, 26 de outubro de 2011

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA


pub. dia 25/09/2008 por Thalita Uba - uba_thali@yahoo.com.br


É com certo retardo que escrevo sobre o excelente Ensaio sobre a cegueira. Pensando bem, talvez tenha sido melhor esperar um pouco mais e levar em conta outros pontos de vista antes de me posicionar. Afinal, falar desse filme exige cuidado.

Digo isso porque a primeira coisa que preciso mencionar é a fotografia, que, aliada à direção de arte, constrói a alma do filme. Relembrando a opinião do colega cineasta que citei quando falei sobre A Festa da Menina Morta – que diz que “dizer que gostou da fotografia é a mesma coisa que dizer que o filme é ruim” –, devo admitir que, ao menos dessa vez, isso não é verdade. Fazer com que o espectador se sinta parte da trama, “cegando-o” por alguns breves momentos, foi uma sacada sensacional. Além disso, as locações conseguiram realmente reforçar a imagem de caos e destruição da história.


Não se pode deixar de mencionar a brilhante atuação de Julianne Moore, que, verdade seja dita, contou com a ajuda de todo o elenco, que desempenhou um trabalho primoroso (o que me faz sentir um certo “remorso alheio” por Sean Penn, que recusou o papel do médico). Outro fato interessante é que o filme é bastante fiel ao livro – coisa rara hoje em dia.

Há quem diga que o diretor abusou dos surrealismos. Aí me pergunto: “então por quê, meu caro, você foi assistir a um filme baseado em uma obra do Saramago?”. Não vejo, honestamente, outra forma de passar seus períodos longos e pontuação não convencional pra tela.


Fernando Meirelles vem, há anos, se firmando como exemplo de cinema de qualidade e, mais uma vez, acerta em cheio. Em Ensaio sobre a cegueira, ele prova a imensa capacidade que tem de fazer o público se envolver no enredo da história. Vale a pena conferir.

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Um comentário:

  1. leandro Says:
    outubro 3rd, 2008 at 4:51 am

    oiii Thalita,
    fui escrever um comentário sobre a polêmica pra vc, mas dai o texto foi crescendo, crescendo tanto q resolvi publicar um textão mesmo ai em cima, rs

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