quarta-feira, 26 de outubro de 2011

PRATA DA CASA


pub dia 25/09/2008 por Thalita Uba - uba_thali@yahoo.com.br

Confesso que ainda não li o livro premiado, mas mesmo assim, acho que Cristóvão Tezza merece uma menção urgente. Tezza acaba de ganhar o Prêmio Jabuti na categoria Melhor Romance com seu livro O filho eterno, provando, mais uma vez, que Curitiba não se resume a vampiros e elefantes.

Desde 2005, ano em que Tezza ganhou o prêmio de melhor romance de 2004 da Academia Brasileira de Letras com O fotógrafo – livro que ele, muito educadamente, autografou pra mim –, busco interar-me sobre os passos do escritor. A admiração nasceu logo com seu primeiro livro nacionalmente conhecido, Trapo. E aumentou ainda mais quando, em 2004, época em que eu era uma pobre caloura deslumbrada, descobri que ele seria meu professor de Língua Portuguesa. Com ele, aprendi a me interessar por livros que talvez não me atraíssem em um primeiro momento. Aprendi a melhor interpretar histórias que talvez não pudesse compreender antes. E, principalmente, aprendi a admirar ainda mais quem possui o talento e a destreza necessários para se escrever e publicar um livro.

Seduz-me o fato de que Cristóvão Tezza trata Curitiba como Jorge Amado tratava a Bahia – com respeito e paixão, mesmo não sendo curitibano de nascença. Além disso, seus textos são envoltos em um véu de mistério e suspense, conferindo às histórias um quê de Agatha Christie e Conan Doyle. São enredos intrigantes, fatos surpreendentes, brilhantemente linkados pelo imenso conhecimento lingüístico de Tezza.

Se O filho eterno é bom ou não, ainda irei descobrir. De qualquer forma, acho que todos que tiverem a oportunidade de ler, devem fazê-lo. Mesmo porque, é tão raro termos motivos pra nos orgulhar das pratas da casa que, quando a oportunidade existe, devemos nos agarrar a ela com unhas e dentes. E talvez, como todo bom curitibano bairrista, insistir que é o melhor livro do mundo, mesmo que não o seja.

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