quarta-feira, 26 de outubro de 2011

JORNAL TIRAGOSTO ALMOÇA COM BETO RICHA


Adivinha qual foi o prato principal do banquete? Uma dica: o quitute vem da Rússia

Se o leitor pensa que jornalista ganha bem e por isso pode comer do bom e do melhor, freqüentar restaurantes grã-finos está muito enganado. Ou, pelo menos, não é o caso dos jornalistas do TiraGosto.

Sendo assim, foi em parte para fazer um teste e também por necessidade que os repórteres Franco Caldas Fuchs (autor deste texto) e Leandro Hammerschmidt decidiram almoçar na última quinta-feira (22/11/2007) no Restaurante Popular localizado na Rua da Cidadania da praça Rui Barbosa. Confira a reportagem!

Entrando na fila
Com o sol a pino, era 12h20 quando entramos na fila que se estendia do restaurante até o ponto de ônibus Vila Rosinha, a cerca de 40 m de distância da entrada da Rua da Cidadania.

Para amenizar a espera e a fome que grassava em nossos estômagos, sorte que havia um velho sanfoneiro por perto, espargindo pelo ar belas canções do folclore nacional.

A chegada de um ilustre comensal
Súbito, avistamos ao longe um pequeno tumulto. Seria uma briga, um assalto? Alguém passando mal? Que nada. Era simplesmente o prefeito Beto Richa, que tinha acabado de chegar por ali, acompanhado da esposa Fernanda Richa, do vice Luciano Ducci e do arcebispo dom Moacir Vitti.

O povo que estava na fila – gente de todo o tipo, jovens, adultos, velhos e crianças – foi à loucura. Todos comentavam, apontavam para o Beto ou iam cumprimentá-lo.

“Nossa, como é bonitão!”, confidenciou uma senhora de meia-idade para sua colega. Já um velhinho malandro provocou: “Beto, paga a minha!”

Até que uma senhora perguntou fagueira: “Beto, vai ficar pro almoço?” “Sim, também vou comer. Aproveitar, né?”, respondeu ele, como se fosse um humilde guardador de carros.

O prefeito era só sorrisos, mesmo quando abordado por pessoas que lhe faziam queixumes, como uma artesã que lhe pediu para que intercedesse por sua aposentadoria. Depois de atender mais alguns pedintes, Richa seguiu para o restaurante.

“Ninguém ligou, mas o Beto furou fila e ainda entrou sem pagar”, observou o palhaço
Amarildo, que também estava por ali.

Era 12h45 quando finalmente conseguimos entrar no restaurante, depois de 25 minutos de espera.

Comida só depois do sabonete

Logo na entrada, numa bancada de mármore, todos são incentivados a lavar as mãos antes de pegar a bandeja e serem servidos.

 “Mais um pouco de feijão, senhor?”, perguntou me uma atendente. “Sim, pode colocar”, respondi, ao que a mulher despejou uma nova concha generosa sobre o montículo de arroz já depositado. O feijão transbordava do prato, o que, se por um lado era um erro de etiqueta, por outro era uma alternativa para o fato de que ali não se pode repetir a refeição.    

“Farofa, senhor?” Sim, nós dois aceitamos. “Strogonoff?” “É claro!”, respondi, surpreso com tal iguaria. Leandro, por sua vez, preferiu ficar só no arroz, feijão e farofa, afinal é vegetariano. De sobremesa recebemos duas suculentas laranjas.

Na hora de sentar, por fim achamos um lugar a duas mesas de distância de onde Richa e sua equipe degustavam seus repastos.

Partilhando da mesma comida
Ao invés de olhar apara as televisões disponíveis no local, enquanto comia, o povo preferia mesmo era observar as autoridades que, mesmo estando na berlinda, se portaram com naturalidade.

Momento engraçado foi quando ouvimos um bandalho dizer para outro, apontando para dom Moacir Vitti: “Esse aí parece um vampiro, um Drácula”, provavelmente pelo hábito negro do sacerdote e a sua feição séria, imponente.

Depois de saborearmos com prazer o feijão, o arroz e a farofa – o strogonoff, confesso, estava meio difícil de engolir – e de termos nos refestelado com as laranjas, era hora de tomarmos nosso rumo. Antes, como todos, raspamos nossos pratos e os entregamos junto com as bandejas às atendentes.

Richa e sua equipe ainda permaneceram no restaurante, gravando entrevistas e conversando com a população.

Na saída, ao encontramos o palhaço e ex-cozinheiro Amarildo, pedimos a ele uma avaliação sobre a comida. “É boa, muito boa. O único problema é que eles usam um tempero de ervas finas que acaba ficando enjoativo se você comer aqui todo dia. Mas hoje estava bom.”

Amarildo também aproveitou para dar uma dica ao TiraGosto de outro restaurante popular que costuma freqüentar. “É o restaurante da Spaipa, em frente ao Passeio Público. Lá a comida é boa e você ainda ganha um copo de refrigerante. Só que você tem que se cadastrar antes para poder comer”. 

Sobre o Restaurante Popular
Inaugurado no dia 16 de agosto desse ano, o Restaurante Popular foi construído com recursos do Governo Federal, através do Ministério do Desenvolvimento, e da prefeitura, ao custo de R$ 1,75 milhão. Deste total, o ministério repassou R$ 1,4 milhão e a prefeitura R$ 350 mil. A administração do restaurante fica por conta da Ação Social do Paraná, instituição filantrópica ligada à Cúria Metropolitana.

O Restaurante Popular possui 785 metros quadrados, funciona de segunda a sexta-feira, das 11h30 às 14h30, e serve por dia cerca de duas mil refeições. O cardápio é composto por feijão, arroz, carnes, massas, verduras, legumes, frutas e cereais. Custa apenas R$ 1 e a partir de agora está aprovado pelo TiraGosto.

Serviço:

Restaurante Popular. Rua da Cidadania da praça Rui Barbosa. Aberto de segunda a sexta-feira, das 11h30 às 14h30. Almoço a R$ 1.

Restaurante Prato Popular, dica do Amarildo. Rua Presidente Faria, 481. Aberto de segunda a sexta-feira, das 11h às 14h. Almoço a R$ 1,30. Como o atendimento é voltado a pessoas de baixa renda, antes de almoçar é preciso preencher um cadastro.

pub em nov. de 2007 por Franco Caldas Fuchs

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