segunda-feira, 24 de outubro de 2011

diversidade no painel “ativismo e não-violência”

Neste painel além da bela Priscila Lhacer também estava o advogado do MST, Dr Rosinha e Márcio Marins ativista dos direitos humanos e membro do Grupo Dignidade.

O Advogado, que eu não consegui pegar o nome, contou muita coisa interessante no que diz respeito às leis que amparam as ocupações do Sem-Terra. Contou sobre a organização do movimento e explanou as três características fundamentais do MST 1) Territorialização, no sentido que cada área ocupada é uma nova conquista somada ao movimento. 2) Mística, ou seja, a afirmação da identidade fraterna, amorosa, laica esperançosa. 3) Princípios organizativos, ou seja,  explicou os núcleos de base, a direção coletiva entre outros.

Antes do painel conversei com Dr Rosinha, ele foi muito simpático e atencioso, mas confesso que sabia quase nada de sua história. Descobri que o apelido foi dado a ele por usar uma camiseta rosa na faculdade de medicina. Aliás, foi no movimento estudantil que deputado  começou sua vida pública. 20 anos.
Rosinha falou da função social da terra, explicou que ordem é diferente de justiça. E que “a lei é montada para manter a ordem” e se for necessário a violência para manter a ordem será feito. Falou muito bem mesmo sobre direitos humanos. Até a hora em que começou a reclamar da hegemonia cultural norte-americana. Daí veio toda aquela crítica manjada ao aculturamento, imposições mercadológicas, padronização globalizante.

O Brasil é o maior Estado Unidos fora dos Estados Unidos – discordei quando Dr Rosinha garantiu que o cinema americano é mais poderoso que uma metralhadora. Minha língua coçou (mas o microfone não estava aberto), pra dizer que a originalidade do Brasil não se encontra em particularidades “mas no modo de ser universal que o distingue”. Nossa cultura é A mistura e nossa força desde Oswald de Andrade está em pegar coisas boas e/ou ruins e mastigar, engolir e vomitar o que não interessa. E o cinema americano as vez interessa, às vezes não, mas sempre e sempre é bem produzido, bem distribuído – o que nunca vai diminuir nossa cultura.

Se lá nos EUA o Caryl Chessman foi executado negando os crimes; aqui a nossa versão de “Luz Vermelha” deu pretexto para “O Bandido da Luz Vermelha” – o western do terceiro mundo – um bom exemplo de mistura: Acossado, bang-bang, Glauber, bolero, Coffin Joe, populismo e leite de coco; boca do lixo em ritmo de rádio e quadrinhos.

Por isso creio que não faz sentido reclamar da boa distribuição de uma cultura e nem fechar os olhos ao que seduz; cada um faz o que pode e ninguém morre assimilando. Imagine se os outros países reclamassem do violão “encorpado” brasileiro que acabou com todos os violões do mundo.

DIGNIDADE –
No painel “Ativismo e Não-Violência” estava Márcio Marins, do Grupo Dignidade, que contou o significado das seis cores do arco-íris da bandeira gay e deu um panorama da luta GLBT ou LGBT – fiquei curioso pra saber se era verdade que a sigla mudou para colocar o L de lésbicas na frente, já que o G de gay a frente da sigla poderia ser entendido como algum tipo de machismo, mas não perguntei.

Para mim a parte mais esclarecedora do problema foi quando Márcio explanou os 37 direitos negados aos homossexuais no Brasil como: levar o nome do parceiro, receber herança, somar renda, licença para acompanhar o parto da companheira lésbica, entre outros. Em uma frase dele: “deveres iguais, direitos diferentes”

pub. dia 28/08/2008

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