quinta-feira, 17 de maio de 2012

UM FILME SENSORIAL

“EVA”, a mais nova produção do cinema independente de Curitiba tem a fragilidade como ponto principal e só foi possível pela interação da equipe com o projeto


pub. dia 08/03/2009 por Vanda Moraes - vandymoraes@yahoo.com.br


“Uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”. Todo cineasta brasileiro ou apreciador desta arte já ouviu este, que é o conceito do cinema independente neste país. O curioso é perceber que, em Curitiba, este conceito não mudou.


Exemplo claro disso é o filme “EVA”, cujas filmagens foram finalizadas neste sábado, 07 de março. O filme, definido pelo diretor Arnaldo Belotto como simplesmente “sensorial” teve dois meses de gravações, sendo que foi filmado apenas nos finais de semana, já que todos da equipe têm trabalhos paralelos. “Nunca fiz cinema com dinheiro, sempre vivi este lado independente e autoral”, contou Belotto. “O termo independente não cabe para o “EVA”, porque é um filme dependente da equipe e das empresas que nos ajudaram com comida e equipamento. Enfim, cada pessoa doou um pouco do seu dinheiro, da sua atenção e muito do seu tempo”, avaliou.

Mas, a falta de dinheiro não representa um problema para nenhuma das 27 pessoas da equipe. Ao contrário, o filme só é possível pela interação que se percebe com a câmera ligada ou não. A maior parte das pessoas que tornaram o projeto de Belotto possível nunca tinha trabalhado com cinema. Entre eles o ator principal Bruno Girello que, além do filme, faz teatro e é cozinheiro. Como ele concilia todas as atividades? “É bem tranqüilo, me organizo bem com todas as funções, na essência as três são bem parecidas. Me canso, mas gosto.”, sintetizou Girello.

“EVA” é o primeiro longa-metragem do diretor. Segundo ele, este novo momento está sendo bastante tranqüilo, apesar de a escolha da equipe ter sido um tanto difícil, já que na produção de seus curtas, Belotto trabalha com poucas pessoas ou sozinho. “O roteiro passou em diversas mãos, tentei muitas pessoas antes de chegar a esta equipe final, mas no fim acabou em mãos certas”.

A equipe final é formada por sócios do diretor na Produtora Destilaria do Audiovisual, nas funções de direção de fotografia, assistente de fotografia e edição. Os outros integrantes são pessoas que Belotto conheceu através da internet e que tinham vontade de trabalhar em um filme. Já os atores foram selecionados de acordo com suas semelhanças com os personagens. No final todos acabaram somando para a construção do projeto. “Quando não existe incentivo financeiro devemos ser criativos, todos gostam de criar”, afirmou Belotto.

Para a atriz Carolina Fauquemont, é importante que diretores locais estejam colocando suas idéias em prática. “Fiquei feliz de saber que ele (Belotto) faria um longa independente. Eu admiro muito as pessoas que desenvolvem suas idéias, dão vida aos seus projetos”, afirmou. A atriz, que já realizou alguns trabalhos em cinema considera a participação em “EVA” como especial pelo fato de já conhecer o diretor e estar familiarizada como formato do projeto. “Eu sempre participei de curtas metragens independentes em Curitiba. Poucas vezes consegui dizer não. Essa arte me pega!”, disse.


Com as gravações encerradas, Belotto parte para a etapa de edição do filme. O término das filmagens desperta emoções antagônicas. “Totalmente deprimido com o término das gravações! Afinal, tudo isso deixará saudades. Mas, feliz com o resultado da captação e super ansioso pelo processo da edição, design de som e finalização”, afirmou o diretor.

A nós, resta esperar o dia 26 de julho, quando, de acordo com a equipe, o filme estará finalizado.


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