quinta-feira, 17 de maio de 2012

Não é sobre Albert, mas sobre sua fragilidade



Para o ator Bruno Girello, Albert é “simples, complexo, quieto, inquieto, enfim, contraditório, mas autêntico. Introspectivo e frágil”. O filme não é sobre Albert, Eva ou a relação dos dois, mas todos estes elementos são utilizados para falar da fragilidade do fotógrafo. Fragilidade esta que se acentua a medida que não consegue (ou consegue) se livrar de Eva. “Eva é a representação do amor perdido, do peso da ausência, da fragilidade, é a companheira. EVA é o significado de mulher”, definiu Belotto.

Em suma, EVA é um filme que explora a sensação que o diretor teve a partir de uma pessoa real, mas que não representa a biografia dela. O personagem Albert é um fotógrafo-retratista, cujo trabalho tem a cidade como pano de fundo. A visão que o expectador tem do personagem é construída a partir de seus retratos.

Em algum momento da vida, Albert interagiu com EVA, agora um corpo inerte, uma lembrança, um assunto não resolvido que o acompanha. A relação do personagem com esta “entidade” desencadeia uma jornada existencial que tem como finalidade exorcizar um passado e seus possíveis fantasmas.

Carolina Fauquemont, que interpreta o personagem Eva vai mais além. Para ela Eva é a ausência de uma personagem. E é também mais do que isso. Ela pode ter sido qualquer mulher, agora ela é apenas um corpo. Ela não pensa mais, não sente, está entregue à gravidade. “Eva sou eu à medida que fui eu quem a interpretou. Eva é o personagem de Albert, já que ele é a única testemunha pra nós de quem ela foi. Eva é a mulher que poderia gerar, que poderia viver, mas que adormece”, disse. “Eva é tudo aquilo que o expectador conseguir ver”, finalizou.


Apesar de interpretar um personagem sem vida, Carolina disse que aprendeu muito. “A vida no meu corpo é forte. Eva me fez reconhecer essa vida. A vida que existe em mim”, afirmou.



A produção, segundo Belotto faz parte de uma trilogia. O segundo filme será sobre Eva quando viva e o terceiro será a continuação deste primeiro, mostrando a vida ou a situação em que Albert se encontra. “EVA” foi feito de forma independente sem ajuda de leis de incentivo, mas Belotto pretende conseguir subsídios para os próximos filmes da trilogia. Para isso, o foco da distribuição será exclusivamente em festivais. “Pretendo ganhar alguma coisa com ele”, disse Belotto. Quando o assunto é como o publico receberá a produção, Belotto é bastante direto. “Não faço idéia! EVA é um filme de sensações, cada pessoa pode perceber de uma maneira diferente”, declarou.

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