terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

REAÇÃO EM CADELA (primeira parte)


[Erotismo & Morte ou Abandonem Qualquer Esperança de Influenciar-me] Momento de prazer aqui no JTG. Nossa coluna de sexo acaba de ser abastecida com mais um conto da Léo!


pub. dia 16/02/2009 por Léo Glück - gluckose@hotmail.com

Dessa vez ele gozou.

Dentro.

Sua expressão aleivosa e lucipotente me horrorizou.

Como uma mão enluvada, escorreguei para fora da cama.

A orgia é o momento explosivo da modernidade, pensei. O que fazer após a orgia? Me sentia cansada, tinha fome, tinha ódio. E vontade de matá-lo. Eu sou gentil, talvez esquartejar seu corpo inconsciente, úmido de humores mórbidos, que eu tanto lambi. Congelar seus pedaços para mais tarde.

No princípio um beijo, um cigarro e uma esperança. Eu precisava deixar a vida de puta. Não estava sendo racional e me sentia cartesianamente errada. Gostaria de passar a fase das peripécias. Gostaria que Deus me desse, a mim também, a paz sexual.

Para mim o amor não virá jamais, penso isso abrindo a geladeira e pegando a margarina. Que, por sua vez, pobre coitada, será usada como vaselina. Nem a ela lhe foi dada a chance de escolher. Ligeiramente desviada de seu fim primordial.

Com os cinco dedos tortos deslizando no meu rabo, ele sorriu. Pediu meu botão rosado, a real entrada do castelo. Não, os olhos são apenas as janelas, meu bem. Com venezianas. Cerradas. Rodopiando, os lírios negros totalmente maduros. A pulsão secreta me mordia as entranhas, o prazer em mim, queria aquela entrada, pedia, piscava. O sol da tarde na minha boca, o mundo, os carros, a menina rebelde nos campos de girassóis, as folhas do outono, nada disso iria parar. Mas a coreografia era bonita, e incansável.

Afinal de contas, It’s In Our Hands. It always was.

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