terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

CRÍTICAS E APOSTAS PARA O OSCAR

O cineasta Rodrigo Grota considera justo que o filme Última parada 174, de Bruno Barreto, não mais dispute o prêmio. Para a pesquisadora de cinema Celina Alvetti, o filme Estômago, de Marcos Jorge, teria representado melhor o país
pub. dia 11/02/2009 por Vanda Moraes - vandymoraes@yahoo.com.br

Faltam duas semanas para o 81º Oscar. A maior premiação do cinema mundial acontece no dia 22 de fevereiro, sendo que os indicados já foram divulgados. O fato de o representante brasileiro, Última parada 174, de Bruno Barreto, não ter se classificado para a disputa foi aplaudido pelo jornalista, crítico de cinema e cineasta paranaense Rodrigo Grota. “Que o Bruno Barreto fique fora das indicações é algo justo para o bom cinema”, afirmou.

De acordo com ele, muitos filmes brasileiros com qualidade superior já nascem ignorados pelo público e pela mídia. “Citaria a obra-prima Serras da Desordem, de Andrea Tonacci, os notáveis A Fuga da Mulher Gorila, de Felipe Bragança, Andarilho, de Cao Guimarães, Pachamama, de Eryk Rocha, e A Festa da Menima Morta, do Matheus Nachtergaele”. Grota disse ainda que um único filme de Andrea Tonacci vale mais do que todos os filmes do que chamou de “clã Barreto”.

A jornalista, professora, crítica de cinema e pesquisadora Celina Alvetti concorda com Grota. Para ela, o longa Estômago, do cineasta paranaense Marcos Jorge, deveria ser a aposta brasileira. Ela acredita que isso seria interessante pela visibilidade que o filme alcançaria. “Acho ótimo o 174 ter ficado de fora, assim nos poupamos de ouvir os auto-elogios conseqüentes”, disse.

O Brasil, segundo Celina, sempre tenta emplacar um filme que não representa a identidade das produções nacionais. “Essa coisa da necessidade de um referendo da indústria de Hollywood ao cinema é de certa forma imposta ao público brasileiro”.

A historiadora, que é uma das principais estudiosas da identidade do cinema paranaense, afirmou que o que falta para o mercado brasileiro de cinema é ousadia de assumir a estética própria das produções nacionais. “O que não se tem é a ousadia de assumir um filme mais debochado, mais sujo, mais na tradição do cinema novo que, afinal, é o nosso cinema mais original”, explicou.

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