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terça-feira, 8 de novembro de 2011

SABOR BRITÂNICO


Quando me ocorreu a pauta sobre “comida em Londres” não achei que iria me prolongar tanto. Tentei enxugar a reportagem ao máximo pra que não ficasse longa e cansativa; espero que seja útil e de bom proveito pra você amigo leitor: pela curiosidade e/ou para expandir seus conhecimentos culinários.

A cozinha inglesa é altamente calórica, pois com o frio que faz aqui, nada melhor do que um prato bem gordo. O primeiro prato muito conhecido por todos é o Fish & Chips (Peixe e batata frita), isso soa como uma estranha combinação, mas a forma que é feita aqui é uma combinação maravilhosa. Esses dois ingredientes desfilam por outros pratos de origem britânica. Pedi para meu amigo Dee citar alguns pratos tipicamente britânicos, ele me explicou cada um e para complementar fui atrás das histórias e receitas a respeito desses principais pratos:


Fish & Chips
- Prato popular de consumo rápido ou também de take away (compre e leve para comer), é oriundo do Reino Unido e alguns países de colonização inglesa no século XIX como Austrália e Nova Zelândia, consiste em batata frita e peixe frito. De acordo com alguns especialistas o prato tem sua origem na exploração dos peixes da parte norte da Europa, por volta de 1780. A batata pode se apresentar fatiada em palito ou em pedaços. O filé de peixe com o qual se faz o prato foi trazido pelos judeus da península ibérica no século XVII e XVIII. O que é muito comum por essas terras são os Fish n’ chips espalhados pelas ruas, são pequenas lanchonetes com várias opções de cardápio, mas usando tal prato como carro chefe. O primeiro restaurante com Fish & Chips que se tem registrado foi John Malin em Londres em 1860 ou 1865, enquanto Sr Lees conceituava o prato no Norte da Inglaterra. Na Segunda Guerra Mundial esse prato era uma das poucas comidas não racionadas no Reino Unido, especialmente a batata que foi um dos alimentos, o principal, que alimentou os ingleses na grande guerra. Minha percepção é de um prato pesado pela sua quantidade de gordura, principalmente no processo de fritura, mas muito leve no seu sabor, a batata frita fica muito bem acompanhada com vinagre.

Fishcake - Objeto culinário muito comum principalmente no café da manhã britânico, similar ao croquete, consiste num bolinho feito com pedaços desfiados de beixe, batata e alguns temperos. O peixe usado geralmente é o “Cod”, peixe mais popular nesses lados, encontrado nos mares que banham as Ilhas do Reino Unido. Não sei se por falta de oportunidade, mas não comi nenhum Fishcake deliciosamente saboroso - na minha opinião é sem graça tem uma textura de croquete murcho.

Steak and Ale Pie (torta de bife com cerveja Ale) - Uma combinação de muita excentricidade, mas com um caráter regional, uma cerveja de tipicamente britânica na qual comentei a respeito em um de meus artigos anteriores, e o corte de carne seria parecido com nosso bife picado, e a massa obviamente. Um prato que nunca experimentei, mas vale a curiosidade por uma receita.


Uma carne muito consumida por aqui também é a carne de cordeiro, o Lamb, ou seja, ovelha com menos de um ano de idade. A carne é mais macia que a de carneiro que estamos acostumados a comer. Um prato muito comum aqui é o Shepherd Pie, uma torta feita de cebola e cordeiro. Nunca a experimentei, mas imagino que seja um sabor adocicado, porém com uma leve presença de pimenta. Encontrada em vários cortes, muito consumida moída e como hambúrguer também - já fiz um em casa e é bom por ser diferente, mas não é saboroso.

Volto mais em breve comentando a respeito da cozinha popular internacional especificamente, apresentando a multiplicidade cultural nessa metrópole chamada Londres. Por enquanto, é isso.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

CERVEJA DELICIOSAMENTE QUENTE




As coisas andaram corridas e tive alguns problemas para me comunicar. Mudei de casa, sai de um bairro do subúrbio no lado leste de Londres para o sul perto de Battersea e do Rio Tamisa. Agora espero deixá-los atualizados semanalmente.

Vamos ao que interessa: tomei muita cerveja quente no “Great British Beer Festival”. Quando sentei a frente do computador para escrever a última reportagem sobre cerveja aqui na Inglaterra descobri que teria um evento onde poderia desfrutar de cervejas de todos os lugares da Grã-Bretanha e do mundo.

O que mais se encontrava lá eram as cervejas tipo Ale, a qual possui uma fermentação mais lenta deixando-a com a espuma natural sem a adição de gás na hora de colocar no copo de um “Pint” (copo que contem 568 ml, medida oficial por esses lados). Esse copo teria que ser adquirido por £3,00, mas o dinheiro poderia voltar se você devolvesse o copo, não devolvi lógico. A coloração varia muito entre um escuro bem forte como uma cerveja preta e de bem um vermelho transparente, a espuma e levemente densa.

Peguei meu copo e fui a degustação. A primeira cerveja que eu e meu parceiro tomamos foi do País de Gales, eu peguei uma Brewery from Wales, vinda de Portsfield uma cerveja com 5,4% de álcool com gosto levemente amargo e com um odor muito forte, mas o sabor que fica na boca é muito bom. A outra era do mesmo lugar tinha 4,8% e tinha um leve gosto de ressaca, de cerveja que esta empapuçando. Ambas estavam com uma temperatura quase ambiente.

Em sua totalidade o evento tinha, além de muita cerveja, comida, música e clima de festa. Pessoas de todas as idades e do todos os tamanhos se deliciavam com uma boa cerveja britânica.

Experimentei uma cerveja com 9,4% de álcool, esta tinha um aroma de conhaque e um gosto de rapo de galo com aquele amargo do malte. A cerveja mais gelada que tomei lá foi uma da Alemanha, maravilhosamente loira, bem clarinha. Como estava por lá tive que degustar de um bom Hambúrguer e de um torresmo de porco para acompanhar a cerveja. Aqui é estritamente proibido fumar em lugares fechados, para os admiradores de um tabaco com cerveja péssima notícia: os fumantes deixam os copos numa grande mesa com números, você deixa o seu copo lá e pega o número. O copo com certeza estará lá.

Com relação a música era na maioria rock, soul e blues. Comi meu hambúrguer vendo uma banda de Blues e tomando uma cerveja do Leste Inglês campeã do evento do ano passado, cerveja com 4,8% de álcool e deliciosamente quente, não estou sendo irônico. Já estava sentado no chão de tão cheio de cerveja e comida, peguei meu bloquinho, meu copo, fui para casa.

Eh isso!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

CERVEJA QUENTE?

Antes de conhecer a Europa tomei consciência de que nunca mais iria tomar cerveja gelada, pois no velho continente só tinha cerveja quente


Quando chego em Londres a primeira coisa que penso em fazer é experimentar uma cerveja em um Pub, neste há uma temperatura diferente para cada tipo de cerveja. Mas não é somente em Pub’s que cervejas são degustadas.

Mas antes de tudo tenho que deixar claro que não existe apenas um tipo de cerveja. Há cinco tipos de “British Beers” (cervejas britânicas), essas são geralmente degustadas a uma temperatura entre 3 e 6 graus Celsius. A cerveja britânica é uma cerveja forte, com gosto amargo, encorpada e acima de tudo saborosa.

Enquanto pesquisava sobre as cervejas britânicas para angariar informações descobri a respeito de um festival de cervejas Ale. Então resolvi parar a conversa por aqui e continuar na semana que vem com uma reportagem completa, pois estarei no Great Beer British Festival.

É isso!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

SAN FERMINO

Carlos André, grande amigo, será nosso correspondente na Europa. Neste primeiro texto ele nos conta como foi sua aventura naquela festa em que as pessoas fogem dos touros:

Desembarquei em Londres e passarei algum tempo aqui reportando os acontecimentos e curiosidades no velho continente. Chego aqui e registro tudo em meu bloco de papel com informações e reflexos a respeito da Europa: grandes arquiteturas, lugares históricos, mulheres, comportamento, álcool, festas, drogas, música.

O verão europeu é muito movimentado, deixando o continente infestado de festivais, festas, shows. Acompanhei alguns eventos como Formula 1, Glastonbury e Festa de Sanfermino. Um dos motivos da grande quantidade de festas que ocorrem nessa época do ano se deve ao tempo que o sol que permanece no céu desde as 5:00 até 22:00 da noite, o que anima ainda mais os eventos e tiram as pessoas do conforto de seus lares para explorar a Europa.

Fui para a Espanha na busca de um festival de Heavy metal, acompanhei a corrida dos touros. Quando desembarquei na Espanha, em Madrid, fui à procura da casa de Gabriel, um grande amigo e com ele iríamos para dois dias de festival de Heavy Metal com a presença de bandas como Iron Maiden, Deep Purple, Saxon, Slayer, Iced Earth etc, assistimos a duas bandas e uma chuva acabou com os dois de festival.
Decidimos pegar o carro e ir para Pamplona, lá teríamos a festa de San Fermin. Festa de San Fermin? É a festa que todo ano passa no Jornal Nacional na qual as pessoas correm dos touros. Quando decidimos isso já fui percebendo onde estava começando minha reportagem.

Chegando em Pamplona fomos a procura de algum lugar para tomarmos um refresco e um Ron, compramos uma capa de chuva, pois estava chovendo, pegamos o nosso drinque e seguimos a pé a procura do local da festa e o caminho da corrida dos touros, por que não assim na loca, eles determinam um caminho para as pessoas fugirem dos touros. Ao chegarmos à Rua Principal da cidade A Calle Carlos III encontramos uma banda, dessas de marchinha, se aquecendo na frente de um bar e então esperamos e acompanhamos a banda, fomos dar em Plaza del Castillo, ali tinha dois bares abarrotados de pessoas cantando e pulando. (Grande detalhe: as cores da festa é vermelho e branco, quase todas as pessoas estão com no mínimo um lenço vermelho no pescoço).

O caminho dos touros fora do horário da corrida é uma festa de rua, com muitas bandas de marchinha e pessoas de todas as idades acima dos 17 anos bebendo e cantando musicas tradicionalmente espanholas (Olé olé olé eh muito comum). Os touros correm todos os dias de festa - 6 a 14 de julho – as 8:00 da manha, depois disso os bares reabrem as portas e a festa continua. Andamos por todo o caminho ate onde os touros ficam esperando o dia seguinte. A cidade esta em festa: cerveja, rum, maconha, cocaína, sexo, musica. O grau alcoólico de todos os participantes é extremamente elevado, em alguma altura eu me incluía entre os bêbados de lá, cantava e pulava. Mas até onde me lembro a festa é realmente contagiante.

As mulheres espanholas são lindas. Dedico esse parágrafo a ela: a espanhola. Quando passar na Espanha será inevitável não reparar na beleza das espanholas. Lábio superior para frente, nariz pra cima, o rosto é moldado por mãos abençoadas, o corpo é fino, mas sensualidade não as falta. Em uma festa como San Fermino não tem como reparar como as mulheres deixam a festa ainda melhor, andando pela rua vendo as mulheres sorrindo, dançando, qualquer apaixonado pelas mulheres (como eu) se afoga de felicidade.

Ao final do primeiro dia fomos eu e meu companheiro de viagem dormir no carro, acordamos seis e meia da manha para vermos a corrida dos touros, ou melhor, queríamos correr dos touros, aguardamos um tempo e a policia tirou o excesso de pessoas, nos fazíamos parte do excesso, acabamos ficando atrás de todo mundo que estava lá para ver a corrida, esperamos, esperamos a corrida acontecer e durante um Segundo ouvimos um barulho forte e extremamente rápido, apenas um “vulum”, os touros passaram. Não vimos, tínhamos que voltar para Madrid.

Infelizmente não acompanhei a corrida dos touros, mas posso defender a festa, a qual dura mais tempo. A melhor festa religiosa que eu já acompanhei na minha vida, próxima reportagem que fizer lá pretendo acompanhar os oito dias de festa e contar todos os detalhes do que acontece na festa, mas não do que acontece comigo, lógico.

É isso!