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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

BUNDAS NA BIBLIOTECA


Quem não viu a exposição “Tabu”, da artista Bel Corrêa, está marcando bobeira. Corre lá na Pública que ainda dá tempo!

pub. dia 24/02/2009 por  Franco Caldas Fuchs – francofuchs@gmail.com

Até o dia 28, ainda é possível se admirar uma porção de bundas no hall da Biblioteca Pública, sem correr o risco de ser chamado de tarado. As bundas (femininas, vale frisar) estão nos quadros que compõem a exposição “Tabu”, da artista florianopolitana Bel Corrêa.

Depois de sábado, as telas seguem para novos espaços. Galerias suíças e holandesas já estão ávidas para expô-las mais uma vez, conta Bel. Nesse meio tempo, a pintora faz questão de ir quase diariamente à biblioteca, para acompanhar, no livro de visitas, os comentários do público.

“Beleza pura!”; “Um tema muito bom!”; “Bem alegre e feminino, ótimo para pôr no quarto.” São algumas das observações positivas que Bel tem encontrado. Mas há também coisas como “que mau gosto, vai mostrar a bunda da tua mãe!”, ou críticas a uma suposta falta de técnica na pintura.

Isso, porém, não incomoda Bel. O fato de suas telas serem bem recebidas por crianças, diz ela, é um sinal de que está no caminho certo. A intenção do seu trabalho, que fique claro, não é chocar ninguém com pornografia, nem apresentar um estilo revolucionário ou que siga preceitos acadêmicos.

“A minha proposta é divertir. No meio dessa zona de guerra que vivemos, dar de cara com uma bunda colorida, cheia de histórias para contar, eu acho o máximo.  Imagina, às vezes uma pessoa passa o dia inteiro num escritório, vendo só uma tela que tem um vaso com duas florzinhas!”, diz.

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Trajetória de Bel Corrêa

 
Apesar de sempre ter gostado de pintura, Bel Corrêa nunca freqüentou faculdade de artes plásticas. Ela, que já trabalhou com produção de cinema, foi modelo e atualmente mantêm um brechó em Santa Felicidade, só começou a pintar com alguma assiduidade há alguns anos, depois de ganhar uma tela do marido.

Por algum tempo, pintou natureza morta, até ter o insight de retratar uma “natureza” das mais vivas, que ela conhecia tão bem, sendo oriunda de Florianópolis. “Como morei na praia, desde pequena via bundas de tudo quanto é tipo, e nunca de forma maliciosa”, conta.

Em 2007, Bel fez sua primeira exposição em um shopping de Curitiba, obtendo uma grande aceitação do público. O único porém foi ter recebido uma inesperada censura desse shopping. O nome da exposição, que seria simplesmente “Bundas”, não foi aceito, de modo que ela mudou para “Tabu” (já que era algo proibido). Sem falar que não pôde expor o quadro “Cabaré”, considerado obsceno por mostrar as ancas de dançarinas da noite.

Algo impensável de acontecer em outros países como Suiça, Holanda e Itália, em que Bel depois realizou exposições com total liberdade em 2008, chegando até a ganhar prêmios. Na atual mostra na Biblioteca Pública, Bel relata que nenhum quadro foi vetado, mas a palavra que começa com “b” e termina com “unda” continua sendo demais para os padrões curitibanos.

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